Só oito pilotos manterão os lugares, Red Bull terá motores Honda e haverá mais ultrapassagens. Domingo corre-se em Abu Dhabi, mas já só se pensa na próxima época
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Lewis Hamilton vai procurar no domingo a 11.ª vitória da época, para igualar o seu recorde de 2014 - já leva 50 triunfos nos últimos cinco anos! -, o que ilustra bem o final enfadonho de um Mundial de Fórmula 1 que o britânico conquistou há um mês, com a agravante de esse êxito se adivinhar desde o início de setembro, quando arrancou para uma série de quatro triunfos. Perante isto, percebe-se que em Abu Dhabi, mais do que o debate sobre a 21.ª e última corrida, se tenha cumprido uma invulgar sessão de despedidas e boas-vindas: só oito pilotos vão conservar os seus lugares em 2019 e entre os restantes 12 há despedidas marcantes, como a de Fernando Alonso, e regressos inesperados, como o de Robert Kubica.
Depois de 18 épocas, dois títulos, 32 vitórias, 22 poles e 97 pódios, Alonso vai fazer domingo a 311.ª e talvez última corrida de Fórmula 1. "Vai ser diferente, mais emocional", comentou o espanhol, que se vai dedicar à Fórmula Indy e não descarta o regresso. "Para já não penso nisso, mas a porta não está fechada. Quem sabe se lá para abril ou maio não estou, no sofá, desesperado por voltar?...", diz, depois de lhe terem lembrado que Michael Schumacher e Alain Prost também regressaram.
Se o espanhol terá a saída mais emblemática, não será o único. Stoffel Vandoorne, seu colega da McLaren, vai para a Fórmula E, Marcus Ericsson troca a Sauber pela IndyCar, Sergey Sirotkin ainda não digeriu a dispensa da Williams e Esteban Ocon, Lance Stroll e Brendon Hartley lutam pelas vagas que restam na ex-Force India - mudou a designação para Racing Point, mas em 2019 deverá ter outra nova - e na Toro Rosso.
Haverá várias caras novas, com Lando Norris e George Russell, de 19 e 20 anos, a prometerem imenso, enquanto o polaco Robert Kubica será a grande surpresa: regressa aos 33 anos, oito depois de ter deixado a F1. Mas ontem havia outro tipo de despedidas: Kimi Raikkonen disse adeus a Sebastien Vettel, pois trocará a Ferrari pela Sauber, equipa onde começou. "Não vou triste. Continuamos todos amigos e vamos ver-nos muitas vezes", comentou o finlandês.
As mudanças de pilotos não se ficam por aqui, mas 2019 terá outro tipo de novidades, como a mudança de motores na Red Bull, que deixa a Renault para ficar com os Honda que já equipavam a Toro Rosso - enquanto Daniel Ricciardo passa para a Renault... -, e as alterações aerodinâmicas que permitirão aumentar o número de ultrapassagens. Vai diminuir a turbulência nas traseiras dos carros e aumentarão as "asas" do DRS, o sistema que permite maior velocidade.