Fórmula 1 em Portugal "ao desbarato": "Sei de contratos de 30/40 milhões"

Tiago Monteiro, um portuense de 44 anos, foi o último piloto português na Fórmula 1, já lá vão 14 anos - o Grande Prémio do Brasil de 2006 foi o derradeiro em que participou, de um total de 37, em que conseguiu um pódio e foi três vezes aos pontos, isto numa altura em que apenas os oito primeiros pontuavam.

Mas se há muito que não há pilotos lusos no Grande Circo, há mais que a prova rainha do automobilismo não visitava Portugal. Vai ser esta época, 24 anos depois, com o Autódromo Internacional do Algarve a receber, entre 23 e 25 de outubro, a 12.ª prova do Mundial.

"Vejo isto de forma muito positiva para o país, para o desporto automóvel, para o desporto português em geral e também como uma oportunidade para o turismo e até para o imobiliário, isto porque Portugal tem vindo a estar na moda e, quanto mais se falar em Portugal, melhor", reagiu Tiago Monteiro em conversa com O JOGO.

"Os países que investem muito para ter a Fórmula 1, não o fazem apenas pela corrida, é pelo retorno que dá", explicou, elogiando o esforço de uma pessoa em particular: "Isto deveu-se muito ao trabalho do Paulo Pinheiro [diretor do Autódromo Internacional do Algarve], que conseguiu aproveitar a oportunidade e entrou na Fórmula 1 com uma facilidade financeira especial".

Nesse sentido, Monteiro acredita que "agora a ideia é aproveitar esta oportunidade", até porque, garantiu "de outra forma era impossível", explicando: "Estamos a falar de muitos, mas mesmo muitos milhões de euros para receber a Fórmula 1. Quantos? Posso dizer-lhe que sei de contratos com países como a Malásia de 30/40 milhões de euros para receber a Fórmula 1. Por isso digo que é uma oportunidade única esta de ter a Fórmula 1 ao desbarato".

Para o futuro, "mesmo sendo eles homens de negócios", o piloto do Porto acredita que "façam um esforço para ajudar Portugal a manter o Grande Prémio de Fórmula 1".