"Montes de nomes visados, ex-ciclistas, massagistas, mecânicos, até farmácias"
Luís Mendonça, que falha a Volta a Portugal, fala de uma "mega operação" que envolve, inclusive, farmácias.
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A Glassdrive-Q8-Anicolor decidiu não fazer alinhar Luís Mendonça na 83.ª Volta a Portugal, que parte esta quinta-feira para a estrada, para "manter a serenidade dos seus corredores e o foco" na prova, reiterando que o ciclista "não foi constituído arguido em nenhum processo".
Mendonça, que é um dos grandes ausentes da edição de 2022, publicou um longo texto nas redes sociais, no qual lamenta falhar a principal prova do ciclismo nacional, fala de uma mega operação em curso.
"O ciclismo português vive momentos conturbados, como todos sabem, com uma investigação em curso ao mesmo. Para quem está mais ou menos dentro do processo, diria rapidamente mega investigação em curso... Montes de nomes visados, ciclistas, ex-ciclistas, massagistas, mecânicos, estando até visadas farmácias, donos e funcionários das mesmas etc, etc, etc...", pode ler-se.
O corredor de 36 anos estava originalmente na lista de pré-inscritos, mas foi substituído por Afonso Eulálio na lista final. "Nesse mesmo contexto, fui visado faz dois dias com uma busca domiciliária por parte da PJ (a dois domicílios por mim utilizados). Mas fui eu e muitos mais, num mandado fornecido pela PJ onde tinha uma extensa lista. Contudo, só se faz 'folclore' dos ciclistas visados que estão no ativo. Nos meus dois domicílios visados foram encontrados zero produtos ilícitos, zero produtos dopantes. Volto a repetir: zero", vincou, reforçando que não foi constituído arguido
"Senti de certas entidades organizadoras uma relutância brutal na minha participação na Volta a Portugal, por ter sido alvo de investigação e por não saberem concretamente o desfecho da mesma", lamenta, vincando: "Estou inocente, limpo e de consciência tranquila".
Eis a publicação de Luís Mendonça na íntegra:
A PJ realizou na terça-feira buscas em locais ligados a equipas de ciclismo no âmbito da operação Prova Limpa, esclarecendo que o objetivo "principal foi a recolha de prova, nomeadamente documentação".
Entre os ciclistas cuja casa foi alvo de buscas estão Francisco Campos, entretanto afastado da equipa Efapel, e Daniel Freitas, excluído da Volta a Portugal pela Rádio Popular-Paredes-Boavista.
João Benta (Efapel) revelou que foi afastado da Volta a Portugal, embora não seja arguido, por ter sido igualmente alvo de buscas, denunciando "indicações da organização e FPC [Federação Portuguesa de Ciclismo] dirigidas às equipas, que, de forma mais ou menos clara, pretendeu colocar no mesmo grupo todos os profissionais alvos de buscas, tenham eles sido ou não constituídos arguidos".
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