Hugo Silva, selecionador nacional de voleibol feminino, recordou a O JOGO a recente conquista
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Ao vencer a Finlândia, no passado mês, em Tampere, por 3-1, a Seleção Nacional feminina ganhou a Silver League Cup, garantindo a subida à Golden na próxima temporada. “Foi a primeira competição internacional que Portugal conquistou em femininos”, realçou de imediato o técnico Hugo Silva a O JOGO. “Estas jogadoras têm vindo a ser acompanhadas por nós. As sub-22 fizeram a qualificação europeia, tendo finalizado na quinta-feira, ficando pela primeira fase, mas estando entre as oito melhores da Europa.
As sub-20 também vão disputar em agosto a fase final do Europeu, na Irlanda”, contou sobre uma equipa bastante jovem, afirmando “que a competição das sub-20 até coincide com os trabalhos da Seleção sénior, pelo que três atletas poderão de ter de ser dispensadas por terem idade para esse escalão, as irmãs Garcês, do Benfica, e a Ana Rui Monteiro, do FC Porto”. “Não tendo estado na Seleção A, estiveram a bom nível nas respetivas seleções, e uma ou outra nos clubes, mesmo jogando pouco, e conseguimos trabalhá-las dentro do que é o contexto sénior e lutar por aquilo que tanto ambicionávamos”, explicou o selecionador nacional.
Sobre a conquista da Silver League Cup, Hugo Silva admitiu a surpresa. “Foi um pouco inesperado, é verdade, mas quem esteve com elas no dia a dia como nós estivemos, foi sentindo o potencial e, apesar de alguma inexperiência, a qualidade estava lá. Depois foi só fazê-las acreditar que era possível”, reconheceu.
Considerando que “a este nível, e no feminino em particular, as oscilações são grandes”, dizendo que “tão depressa se faz um excelente jogo como a seguir um fraco”, Hugo revelou que a vitória sobre o Montenegro, que apurou Portugal para a final, foi a que lhe deu indicações de que o caminho poderia ser finalizado com êxito. “Nós não podíamos perder nenhum set e, colocando isso como responsabilidade máxima, a forma como elas lideram com a situação levou-nos a acreditar que seria possível”, sustentou.
E a que se devem as mais acentuadas oscilações numa equipa de mulheres? “O que vejo de muito particular no feminino é o sentimento com que as atletas estão, quer no treino, quer no jogo. As especificidades, as relações entre elas, as relações com o staff técnico, as emoções que estão mais a flor da pele. Tudo isso nos masculinos não é tão notório”, respondeu. “Para quem já esteve no masculino, temos de nos ajustar rapidamente e enquadrar-nos naquilo que é o dia dia delas. Há o beijinho, o contacto, o abraço, elas têm medo de se cobrar umas às outras. O trato com elas é diferente”, expressou.