ENTREVISTA, PARTE II - A pequena norte-americana tornou nível da ginástica artística mais elevado, mas Filipa Martins, que se sentiu incentivada por Biles, não a compara com Latynina ou Nadia Comaneci.
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Filipa Martins gostou de ter a superestrela americana como rival e evoluiu com ela.
O nível da ginasta artística está muito elevado?
-Sim, sobretudo desde o aparecimento da Simone Biles. Com ela, e a partir de 2013, todas as ginastas tentaram evoluir, para a acompanharem.
Muitos dão a Simone Biles como a melhor de sempre, esquecendo que existiram a Larisa Latynina ou a Nadia Comaneci. Também tem essa ideia?
-São tempos e eras diferentes. O que eu consegui agora, foi por existir uma história para trás, uma evolução com o tempo. Ela também é fruto da evolução da ginástica mundial. Por isso, espero que no futuro apareça alguém que a supere.
Portanto, a Biles foi superior?
-Sim e não, na altura eram elas as superiores. A evolução também é dos aparelhos, agora as superfícies permitem saltar mais, fazer mais difícil. Há uma evolução de toda a ginástica, não só das atletas.
Gostou de competir nesta era, de ter a Biles como adversária?
-Sem dúvida. Uma atleta assim acaba por incentivar-nos, a fazer-nos querer mais também. A primeira vez que olhei para ela, pensei: isto é impossível de fazer, como é que ela faz isto?
A Biles vai tentar continuar, mas na ginástica as carreiras terminam muito cedo...
-Se não tivesse sofrido tantas lesões, nem o corpo estivesse tão massacrado, talvez também pudesse continuar. A idade é um número e depende daquilo por que passamos. Tenho cinco cirurgias nos tornozelos. Acordava e demorava a levantar-me, porque estava a doer muito, chegava ao treino e não sabia se conseguia... É isto que faz mossa.
A idade é um número que por sinal tem aumentado...
-É verdade, porque os equipamentos de treino e competição evoluíram muito. Ainda apanhei os antigos, por isso massacrei-me mais. Atualmente sofre-se um bocadinho menos com os impactos.