Ferreiras e Albufeira querem categoria própria para atletas com síndrome de Down
Ferreiras e Albufeira querem mais inclusão e apelam aos comités olímpicos para que seja criada uma categoria própria para os atletas com síndrome de Down.
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O Ferreiras, coletividade algarvia do concelho de Albufeira, continua a dar especial importância ao desporto adaptado, nomeadamente na natação, na sequência de um programa ligado à população com necessidades especiais, que desenvolve há cerca de três anos, em conjunto com o município.
Neste sentido, o clube promoveu hoje uma conferência, sobre o tema, com o especial objetivo de sensibilizar o Comité Olímpico de Portugal e o Comité Olímpico Internacional a propósito da (não) inclusão dos atletas com síndrome de Down nos Jogos Paralímpicos em circunstâncias que os distingam de outros portadores com deficiência. Os portadores de síndrome de Down, recorde-se, participam em Mundiais e Europeus, mas, na grande festa do desporto, são integrados na mesma categoria dos atletas com deficiência intelectual, logo, em desvantagem clara.
António Colaço, presidente do Futebol Clube de Ferreiras, foi o anfitrião do evento, no qual esteve também presente José Carlos Rolo, presidente da Câmara Municipal de Albufeira, e representantes do IPDJ, Federação Portuguesa de Natação e Associação de Natação do Algarve. O recordista mundial de natação aplicada (nos 25 metros mariposa), Filipe Santos, um algarvio de 30 anos com síndrome de Down que treinou no Ferreiras, não faltou igualmente à chamada e foi um exemplo para toda a plateia.
O Ferreiras, que tem cerca de 550 atletas em diversas modalidades, dá especial atenção ao desporto adaptado, contando com 50 praticantes, quatro deles em equipas de competição. "Temos objetivos concretos em termos de inclusão destes desportistas e um projeto que engloba o seu desenvolvimento, incluindo a criação de um site praticamente concluído", disse António Colaço a O JOGO. Já José Carlos Rolo, o edil de Albufeira, enfatizou a organização do Mundial de Natação para atletas com síndrome de Down, "que já acolhemos em 2008 e que voltaremos a receber em 2022". "É naturalmente uma grande responsabilidade, mas estou certo que daremos mais um passo para que a nossa cidade potencie uma das suas principais caraterísticas: o facto de sermos uma cidade inclusiva, onde todos são bem-vindos e onde todos podem ser felizes".