"Muitos tiveram o Natal antecipado porque, sem correr, deram-lhes pontos. É um choque"
Fernando Alonso diz que só se correram as três voltas em Spa-Francorchamps para se poderem atribuir os pontos, dizendo que "muitos [pilotos] tiveram um Natal antecipado".
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Depois de Lewis Hamilton (Mercedes) o ter considerado "uma farsa", Fernando Alonso, bicampeão mundial de Fórmula 1 (2005 e 2006), foi esta segunda-feira bastante crítico relativamente à decisão tomada pela Federação Internacional Automóvel (FIA) no Grande Prémio da Bélgica, que terminou ao final de três voltas e com os pilotos que partiam na grelha nos 10 primeiros lugares a conquistarem pontos. O que não foi o caso do espanhol, que corre pela equipa francesa Alpine Team.
"Prefiro não dizer nada... Terminei em 11.º, a uma posição dos pontos. Estamos a jogar muito no campeonato de construtores, estamos a lutar por um bónus e por muitas coisas. Muitos tiveram o Natal antecipado porque, sem correr, deram-lhes pontos. É um choque", disse mesmo o experiente piloto espanhol, em declarações citadas pelo jornal "Marca".
Alonso garante que as três voltas dadas depois de mais de três horas de espera foi uma manobra de marketing e da própria direção de corrida, de maneira a que as pontuações pudessem ser distribuídas.
"Nós, pilotos, não temos que dizer nada. O que mais nos interessa é a segurança e que nos ouçam em termos de questões de segurança. Estas três voltas, suponho que tenham sido mais uma manobra de marketing para dizer que não se podia correr, distribuir os pontos e ficar tudo contente, porque sem estas três voltas não se podiam ter dado os pontos, parece-me. Pararam o relógio, depois reiniciaram-no, tornaram a pará-lo novamente... a verdade é que sabe muito mal. Foi um dia e meio absurdo", acrescentou.
Quanto ao público em Spa-Francorchamps, o espanhol lamentou a longa espera dos milhares de fãs, em especial de um casal sénior que acabou por surgir nos ecrãs gigantes do recinto.
"Quando a realização focava numa bancada partia-me o coração. Havia um casal mais idoso, no primeiro momento em que foi mostrada a bandeira vermelha, com uns 65/70 anos. A mulher estava a olhar para o telemóvel. Pensava neles e sentia-me mal", criticou.