Federação Britânica de Ginástica acusada de abusos físicos, mentais e sexuais a crianças
Relatório de uma investigação iniciada em 2020 relata maus-tratos a crianças abaixo dos 12 anos.
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O relatório da investigação iniciada em 2020 sobre as condições de treino e alegados maus-tratos na Federação Britânica de Ginástica foi na quinta-feira revelado e trouxe com ele uma grande polémica.
O relatório realizado pela magistrada Anne Whyte QC custou algo como 3,5 milhões de euros e conta com mais de 400 depoimentos de crianças ginastas, menores de 12 anos, que sofreram abusos físicos - como por exemplo serem obrigadas a ficar "penduradas" nas argolas de ginástica por chegarem atrasadas ao treino, serem proibidas de ir à casa de banho e de beber água durante sessões mais prolongadas, e a abertura excessiva das pernas em alongamentos - alguns treinadores chegavam mesmo a sentar-se em cima delas, pelo que algumas crianças não sabem como as pernas simplesmente "não se partiam"), mentais e de ordem sexual, para além de intimidações e humilhações por parte dos treinadores.
"Uma pessoa imagina quantos escândalos desportivos serão necessários até o governo entender que precisa de agir para proteger crianças que participem no desporto. Ouvi relatos extremos de ginastas que escondiam comida, por exemplo, debaixo do telhado ou da cama dos seus quartos, porque existiam treinadores que faziam inspeções de estilo militar às suas malas de viagem, à procura de comida", lê-se nas conclusões finais do relatório "Whyte Review".
O "White Review" teve o aval da UK Sport [responsável pelo investimento no desporto olímpico e paralímpico no Reino Unido] e da Sport England [órgão público fundado pelo Departamento da Cultura, Média e do Desporto do Reino Unido] e foi iniciado depois de terem sido feitas centenas de denúncias de abuso na British Gymnatics que, de acordo com o 'The Guardian', entre 2008 e 2016, não guardava registos de queixas feitas contra os treinadores.
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