Os treinadores Rui Moreira (AJM/FC Porto) e Rui Pedro Costa (Sporting) enaltecem a competitividade de uma prova em crescendo num "país que continua a ver as mulheres como atletas de segunda"
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A AJM/FC Porto, líder isolada do Campeonato Nacional feminino de voleibol, recebe amanhã o Sporting, quarto classificado, às 16h00, no Pavilhão Centro Luso Venezuelano. É a sexta jornada e a partida marca uma nova página na história da modalidade, por ser o primeiro jogo feminino entre equipas de dois grandes também no voleibol. O FC Porto, que nunca teve femininos, é o terceiro em campeonatos conquistados (nove) e no total de troféus (15) em masculinos. Desde que se aliou à Academia José Moreira, fazendo regressar a modalidade ao clube, já somou uma Supertaça. O Sporting tem 12 troféus nos masculinos - com seis títulos nacionais - e a equipa feminina, criada em 1951, possui duas Taças de Portugal e uma Supertaça, ganhas entre 1984 e 1987, mas só regressou há três anos, tendo subido até chegar agora ao principal escalão.
"Toda a gente está motivada para jogar este clássico, mas sabor especial só terá se ganharmos", comentou Rui Moreira, treinador da AJM/FC Porto, mais preocupado com as questões competitivas, pois as leoas têm qualidade. "Vêm de um triunfo importante e também procuram o título; se nos vencerem, ficam a apenas um ponto e, se perderem, ficam a sete", diz.
Do lado do Sporting, o técnico Rui Pedro Costa enalteceu "o crescimento de forma sustentada" da AJM/FC Porto, lembrando que se "deve olhar para este jogo como um exemplo do crescimento do desporto feminino e do maior investimento no voleibol". A verdade é que, embora o masculino continue a ter mais visibilidade - e hoje e amanhã tem uma alargada sexta jornada -, nele Benfica e Sporting têm dominado, enquanto, no feminino, mais de metade das 12 equipas sonha discutir o título. "Este jogo será mais um muito difícil, mas esta é provavelmente a primeira divisão feminina mais competitiva da história do voleibol em Portugal", considera o técnico leonino, que assinala o fundamental: "Isso é bastante relevante num país que continua a ver as mulheres como atletas de segunda."
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