Pela primeira vez, uma equipa nacional dá prioridade à Europa, com Afonso Barros a admitir que a FIBA Europe Cup pode ficar como única prova do FC Porto. Mas é para ir muito longe
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O FC Porto tem pela primeira vez sete estrangeiros, eliminou o último vencedor da FIBA Europe Cup, Ironi Ness Ziona, e Afonso Barros explica a aposta europeia de uma equipa que acredita será campeã em Portugal... se jogar até ao fim.
Quando se apresentou, deu de imediato a Europa como principal foco, o que é novidade. Foi por temer complicações internas ou por ter essa ambição?
-Diria que ambas. Havia a clara ambição de reforçar o plantel para competir na Europa. Não temos o orçamento de muitas equipas internacionais, mas temos muita qualidade, desde jogadores da Seleção Nacional a promessas fantásticas. Muitas dessas equipas têm sete estrangeiros - em Portugal são cinco - e tomámos a decisão de também os ter por acreditar que com eles podemos desempenhar um bom papel na Europa. Nas provas internas, e desde que nos deixem, estamos claramente para lutar pelo título.
Como explicaram aos novos jogadores que a equipa poderia faltar a alguns jogos?
-Foi muito difícil explicar que a nossa federação ignorou o desempenho negativo dos árbitros e houve total indiferença. Mas eles compreenderam. E também ficaram a saber, pelos mais antigos, que a instituição FC Porto está acima de tudo isso e tem princípios.
Os contratos dos jogadores preveem todas as eventualidades?
-Todos os jogadores têm contrato de um ano, a maior parte com cláusula de renovação.
Pode acontecer deixar de jogar em Portugal e continuar na Europa?
-Pode.
Até onde pretende ir o FC Porto na FIBA Europe Cup?
-Tivemos recentemente um feito para a história, que em Portugal teve pouca repercussão: eliminámos a equipa que seria, no futebol, a vencedora da Liga Europa do ano passado. Uma equipa com um orçamento dez vezes superior, de um país com tradição no basquetebol, como é Israel, e que batemos num jogo à Porto, com todas as energias possíveis e imaginárias. Isso deu um ânimo extra aos jogadores. A vontade de ganhar disparou e o triunfo com o Sporting também marcou.
A equipa sente ter qualidade para ser campeã nacional?
-Sem qualquer dúvida. Se nos deixarem jogar, seremos campeões nacionais. A minha ambição é chegar aos play-off finais da FIBA Europe Cup. Para as provas nacionais, e com todo o respeito pelos adversários, temos uma equipa fora de série.
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"Nomeação foi uma provocação"
Equipa portista sofreu por faltar ao jogo, mas o clube associa a nomeação de um árbitro vetado às declarações de Luís Magalhães
Como encarou a equipa a falta de comparência em Ovar?
-Foi muito mau para todos nós. Nunca tínhamos passado por nada assim, mas todos compreenderam as razões para não jogarmos. Na nossa boa fé ainda quisemos acreditar numa alteração à porta do jogo, e por isso a equipa se deslocou a Ovar.
Os jogadores sabiam o que iria acontecer?
-Sabiam, que foram informados na véspera.
Por que haveria essa alteração de árbitro?
-Porque fizemos o torneio de Albufeira, com árbitros da federação, e nenhum dos três esteve. Disputaram-se dois jogos do campeonato e nenhum esteve. Por que razão nomear um deles logo depois do jogo de Alvalade e das declarações do Luís Magalhães? Só há uma explicação: provocação.
Se algum deles for nomeado esta semana ou na próxima, o FC Porto faltará de novo?
-Para esta semana não foi, que já sabemos os árbitros para o jogo com a Académica. Se acontecer num dos próximos jogos, a decisão será colegial, entre o presidente do FC Porto, a sua direção e até a minha pessoa. Se tivermos de faltar será de bom grado? Claro que não. Mas está na hora de a federação acordar e reconhecer as coisas como elas são.