FC Porto e Sporting no primeiro jogo do título: "Não se arranjem desculpas..."
Voltam a ser os dois protagonistas da luta pela conquista do Campeonato Placard, dando-se amanhã o reencontro, na terceira de seis jornadas da fase final
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Magnus Andersson e Ricardo Costa são treinadores marcantes. O primeiro para o FC Porto, o segundo – com largo histórico nos azuis e brancos como atleta, mas tendo também sido técnico –, para o Sporting; e ambos para o andebol português.
Desde a chegada do sueco que os dragões voltaram às conquistas, ao fim de três épocas em branco, que por sua vez se seguiram a um período fértil, com outro líder carismático, Ljubomir Obradovic, que ganhou seis campeonatos consecutivos, completando um hepta iniciado por Carlos Resende. Nas referidas três temporadas, o dominador foi o ABC, com quatro troféus em nove possíveis, seguindo-se Benfica com três e leões com dois. A seguir, os academistas, terceiro clube mais ganhador no andebol português, nunca mais conquistou o que quer que seja.
Foquemo-nos, então, em 2018/19, a primeira campanha de Andersson e no retorno do FC Porto às conquistas: quatro campeonatos, duas Taças de Portugal e duas Supertaças. Essa época fica ainda assinalada pela chegada dos portistas à final four da Taça EHF, a antecessora da Liga Europeia. Os azuis e brancos ficaram mundialmente famosos pelo 7x6 – que já não usam tanto – e bateram a pé a colossos como Magdeburgo ou Kiel.
Passemos, agora, a 2021/22 e à apresentação de Ricardo Costa no Sporting, acompanhado pelos filhos Martim e Kiko Costa, que eram dois dos jovens mais promissores do FC Porto. A partir daqui as coisas mudaram e os de Alvalade já vão num campeonato, três Taças de Portugal e duas Supertaças, sendo que, desses seis troféus, cinco foram seguidos, os mais recentes. Os resultados na presente Liga dos Campeões são brilhantes, com o Sporting a apurar-se diretamente para os quartos de final, indo disputar o inédito acesso à final-four com o Nantes. Também na Europa os portistas têm estado bem e será, igualmente com uma equipa francesa, o Montpellier, que decidirão a presença também na final-four, mas da Liga Europeia.
Luta de gigantes vista por Jorge Rito
Amanhã, no Dragão Arena, os dois clubes que mais conquistas têm na modalidade em Portugal, não só dos últimos anos como historicamente, defrontam-se na terceira jornada da fase final do Campeonato Placard. Digamos que é como se fosse a primeira mão de uma eliminatória, de um play-off, uma vez que, diz a teoria, e apenas a teoria, nenhum dos dois conjuntos deverá perder pontos noutras partidas. “Este é claramente um jogo de tripla e o Sporting não pode pensar, nem pela Liga dos Campeões que está a fazer, nem por, eventualmente, ser apontado como favorito, que terá uma tarefa simples. Não se pode descartar o FC Porto, que perdeu na primeira volta por um golo no Dragão Arena e empatou em Alvalade”, analisou para O JOGO Jorge Rito, figura do ABC e selecionador de Cabo Verde.
“Não se arranjem desculpas, se joga ou não o Kiko, se joga ou não o Iturriza. Se o FC Porto criar o ambiente que geralmente cria nestes jogos, tem sempre uma palavra a dizer, nesta caso específico do Dragão Arena, o fator casa pode mesmo ser decisivo”, referiu o técnico natural de Marrazes, de 62 anos, para quem “este pode ser o jogo do título”.
“Se o Sporting ganhar e ficar com dois pontos de avanço, depois, mesmo que o FC Porto vá lá vencer ao João Rocha, o Sporting é campeão porque ganhou a primeira fase”, explicou, deixando também claro que estas análises são feitas “sempre salvaguardando que o Benfica não ganha nem a um outro”. A terminar Rito, referiu que “este jogo é muito mais importante para o FC Porto do que para o Sporting e, se o FC Porto ganhar, o jogo do título passa a ser no João Rocha”.