"Falta um «danoninho» para chegar ao patamar das atletas mais fortes do World Tour"
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Daniela Reis, campeã nacional de contrarrelógio e de fundo, assumiu este sábado que ainda lhe falta aprender e ganhar mais ritmo para conseguir lutar com as principais ciclistas do World Tour.
"Faço a época toda lá fora. Falta aprendizagem, ritmo. As atletas lá fora são muito fortes e falta um «danoninho» para chegar àquele patamar", disse a ciclista da Doltcini-Van Eyck Sports, pouco depois de conquistar o seu terceiro título português de fundo.
A superioridade de Daniela Reis ficou bem evidente ao longo dos 107 quilómetros do percurso em Belmonte, cortando a meta em 3h05m01s, menos 5m27s do que Maria Martins (Sopela), a única que a conseguiu acompanhar durante grande parte do percurso, e 12m24s do que Celina Carpinteiro (5Quinas-Município de Albufeira).
"Eu quis testar as minhas adversárias na primeira subida para Belmonte e fiquei sozinha com a Maria. A partir daí, eu sabia que estava mais forte do que ela na subida, mas tínhamos 80 quilómetros e não me servia de nada ficar sozinha na frente. Tentei gerir ao máximo para que ela também viesse. Fazíamos a subida de forma mais calma para ela também vir e andar mais depressa a rolar. Na [entrada para a] última volta, queria ganhar e ataquei para ficar sozinha", referiu.
Única portuguesa no pelotão principal do ciclismo mundial, a ciclista de Sobral de Monte Agraço diz não sentir mais pressão sobre os seus ombros.
"A pressão não tem de estar em cima de mim, eu já ganhei e perdi corridas, já conquistei títulos. Já tenho vitórias do meu lado e a pressão tem de estar em quem ainda não conseguiu. Estou tranquila, sei que se perder já mostrei trabalho. Todos nós temos dias maus e não podemos estar sempre a cem por cento", assumiu.