Ex-tenista no combate à Rússia: "Lamento que Federer e Nadal prefiram o silêncio"

Ucrânia foi invadida pelas forças militares da Rússia
EPA
Sergiy Stakhovsky revela que recebeu uma mensagem de apoio por parte de Djokovic.
Sergiy Stakhovsky, um antigo tenista ucraniano, regressou ao país para se alistar no exército e combater as forças russas, numa invasão iniciada há uma semana. Em declarações reproduzidas pela imprensa internacional, falou sobre as mensagens de apoio, com destaque para Novak Djokovic.
"Djokovic enviou-me uma mensagem de apoio e até conversámos um pouco. Também tentei contactar Federer e Nadal, mas sem êxito. Lamento que prefiram manter-se em silêncio, embora os entenda. Não é a guerra deles. Contamos com grandes personalidades, espero que o apoio dure", afirmou.
"Foi uma decisão realmente complicada. Tenho uma mulher e três filhos, que adoro. Tive de lhes dizer que não sabia quando voltava. Às vezes é difícil dormir tendo isto tudo na cabeça. Mas agora sinto-me aliviado por estar em Kiev porque vejo muita energia nos olhos de toda a gente. Atravessei a fronteira a pé desde a Eslováquia e vi como está tudo bem organizado. Todos querem ajudar para ganhar", continuou.
Stakhovsky, agora um soldado, falou sobre o sentimento de estar numa guerra."Não vi tanques, mas ouvi-os, tal como os ataques aéreos, bombardeamentos e explosões não muito longe de mim. Tendo em conta o que vi, as pessoas não estão felizes por não ver os russos. Até parece que os querem encontrar. No solo, os russos não estão nada motivados e nós sim. Temos uma razão para lutar e morrer, eles não. Eles atacam pelo ar, bombardeiam com aviões e contra isso não podemos fazer nada. Kiev está rodeada pelo ar. Derrubaram 67 edifícios em dois minutos. É uma loucura", descreveu.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar com três frentes na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamentos em várias cidades.
O Presidente russo, Vladimir Putin, justificou a "operação militar especial" na Ucrânia com a necessidade de desmilitarizar o país vizinho, afirmando ser a única maneira de a Rússia se defender e garantindo que a ofensiva durará o tempo necessário.
14643936
