Ex-jogador fala sobre tumor cerebral: "É muito agressivo, está cercado pelo cérebro..."

Jason Collins
Jason Collins, antigo basquetebolista, enfrenta um glioblastoma grau 4 inoperável com recurso a radioterapia, medicamentos e terapias experimentais. Em poucas horas perdeu a capacidade de compreensão e memória a curto prazo
Jason Collins, ex-jogador da NBA que revelou ter sido diagnosticado com um glioblastoma grau 4, um tipo de tumor cerebral, explicou como o cancro está a afetar a sua vida.
"O que torna o glioblastoma tão perigoso é o facto de crescer dentro de um espaço muito limitado e contido - o crânio - e é muito agressivo, podendo expandir-se. O que torna o tratamento tão difícil, no meu caso, é estar cercado pelo cérebro e a invadir o lobo frontal, que faz de nós o que somos", explicou, citado pelo Globo Esporte, acrescentando que começou a reparar nos primeiros sinais no verão, quando não conseguia fazer as malas para uma viagem ao US Open, em Nova Iorque.
"Em maio, casei-me com o amor da minha vida, Brunson Green, numa cerimónia em Austin, Texas, que não podia ter sido mais perfeita. Em agosto, íamos ao US Open, como todos os anos, mas quando o carro chegou para nos levar ao aeroporto, mas eu nem sequer estava preparado. E, pela primeira vez em décadas, perdemos o voo porque não consegui concentrar-me para fazer as malas", recordou o antigo basquetebolista, que, segundo a família, perdeu em poucas horas a capacidade de compreensão, clareza e memória a curto prazo.
O tumor, que é inoperável, está a ser tratado com sessões de radioterapia e um medicamento que ajuda a desacelerar o seu crescimento. Jason Collins descreveu a doença como "uma versão de Dory" no filme À Procura de Nemo. Como a a fiabilidade do tratamento varia entre os 11 e os 14 meses, decidiu tentar terapias experimentais.
"Consegui compartilhar a minha história à minha maneira. Os últimos 12 anos foram os melhores da minha vida, e isso só aconteceu quando passei a ser quem realmente sou, sem medo, em público e em privado", afirmou, referindo-se ao facto de ter sido o primeiro basquetebolista da liga norte-americana a assumir a homossexualidade.

