Aaron Hernandez ter-se-á enforcado na cela
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Aaron Hernandez, antiga estrela da NFL, faleceu esta quarta-feira. Segundo fonte da prisão de Massachusetts, o ex-jogador de futebol americano enforcou-se com recurso a um lençol, acabando o óbito por ser declarado já no hospital. Tinha 27 anos. Hernandez estava a cumprir pena perpétua sem direito a saída precária devido ao assassinato de um amigo, Odin Lloyd.
Um guarda prisional disse que encontraram o antigo jogador dos New England Patriots enforcado, pouco depois das 3h00 locais (8h00 em Portugal continental), tendo sido tentada a sua reanimação no local. Aaron Hernandez acabou por ser declarado morto, no hospital UMass Memorial -- HealthAlliance, em Leominster, às 4h07. Funcionários da prisão, citados pela agência AP, disseram que Hernandez estava numa cela individual no centro correcional Souza Baranowski, em Shirley, em Massachusetts, detalhando que o antigo jogador utilizou um lençol amarrado à janela.
As autoridades acrescentaram que Hernandez tentou bloquear a porta da cela pelo seu interior, com vários objetos.
O antigo jogador cumpria uma sentença de prisão perpétua pelo assassínio de um amigo, Odin Lloyd, ocorrido em 2013 e pelo qual foi condenado em 2015. Na altura, a acusação defendeu que o antigo jogador matou Lloyd para o silenciar sobre o alegado homicídio de dois cabo-verdianos, em 2012, pelo qual foi considerado inocente na sexta-feira.
No passado dia 14 de abril, um Tribunal de Boston, depois de 37 de deliberação por parte do júri, considerou o atleta culpado pelo crime de posse de arma e absolvido de sete outros ilícitos.
A estratégia de Hernandez, desenhada pelo célebre advogado Jose Baez, teve assim sucesso com o júri, que se reuniu durante seis dias.
Baez defendeu no julgamento que terá sido o amigo de Hernandez que estava com ele na noite dos crimes, Alexander Bradley, que disparou sobre os cabo-verdianos. Hernandez foi igualmente considerado inocente de ter disparado sobre Bradley (que perdeu um olho no ataque), meses depois do assassínio dos cabo-verdianos.
O procurador responsável pela acusação, Patrick Haggan, defendeu no início do julgamento que Abreu e Furtado foram mortos por causa de "um simples encontrão, uma bebida despejada e uma troca de olhares".
A acusação apresentou mais de oitenta provas, que incluem testemunhas oculares, gravações de vigilância, o carro usado e a arma do crime, que mostram o que aconteceu na noite de 16 de julho de 2012.
Quando o grupo de cinco cabo-verdianos entrou no seu carro, Hernandez ter-se-á aproximado e disparado cinco tiros, matando os dois jovens e ferido um terceiro.
Foi isto que testemunhou Alexander Bradley em tribunal, mas o júri não acreditou no seu depoimento.
Abreu e Furtado trabalhavam os dois em limpezas e viviam na mesma zona de Massachusetts, estado onde existe uma numerosa comunidade cabo-verdiana.
Quando foi detido, Aaron Hernandez tinha um contrato de 41 milhões de dólares com os New England Patriots, a equipa de Massachusetts que venceu o Super Bowl de 2017.