Estima-se que este ano, nos Estados Unidos, cerca de 13 mil pessoas tenham sido mortas e 26 mil ficado feridas na sequência de tiroteios
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"Este verão soube de um tiroteio que envolvia uma menina de três anos. A minha filha Riley tem essa idade." É com a referência à filha mais velha, muito acarinhada pelo público por algumas diabruras nas conferências de Imprensa da época passada, que o MVP Stephen Curry (Golden State) começa o vídeo que promete ser uma das campanhas mais poderosas da NBA neste Natal. Hoje, quando começarem os cinco jogos de um dos dias mais importantes do calendário da Liga (Miami-New Orleans, Oklahoma-Chicago, Golden State-Cleveland, Houston-San Antonio e LA Lakers-LA Clippers), será também emitida uma campanha em que Curry, Carmelo Anthony (New York), Chris Paul (LA Clippers) e Joakim Noah (Chicago) pedem o fim da violência com armas de fogo nos Estados Unidos. Um apelo que chegará aos quatro cantos do mundo, uma vez que as partidas da quadra natalícia serão vistas em 215 países e acompanhadas nas redes sociais da Liga por 940 milhões de fãs.
No emotivo spot de 32 segundos, da iniciativa da organização "Everytown for Gun Satefy" e da autoria do realizador Spike Lee, adepto de basquetebol de longa data, as palavras dos quatro All-Stars surgem intercaladas com testemunhos de sobreviventes ou de pessoas que perderam alguém próximo em tiroteios. "É muito importante fazer parte disto. Sempre que algo acontece, penso na minha família e, tendo dois filhos, é horrível ver crianças e adultos a perderem as suas vidas, dia sim dia não, por causa da violência com armas", defendeu Paul, consciente da responsabilidade de dar voz ao problema, até por ser presidente do Sindicato de Jogadores.
Esta não é a primeira vez que os atletas da NBA se manifestam contra casos de violência ou discriminação. A presença de Melo numa marcha em Baltimore após um jovem negro ter sido morto pelas autoridades, o uso das t-shirts "I can"t breathe" ("Não consigo respirar") quando outro afro-americano foi asfixiado por um polícia ou a imagem dos Miami Heat na era de LeBron James encapuçados em protesto contra a morte do adolescente Trayvon Martin, também ele negro, ficaram célebres.