Nico Denz com um triunfo emotivo no Giro
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Nico Denz conquistou esta quinta-feira a sua vitória mais emotiva, com a 18.ª etapa da Volta a Itália a devolver ao ciclista alemão a ilusão perdida com a desistência do líder Primoz Roglic.
Aos 31 anos, o corredor da Red Bull-BORA-hansgrohe somou o terceiro triunfo em etapas no Giro e o sexto na carreira, após isolar-se dos seus companheiros de jornada a 19 quilómetros da meta, que cortou 01.01 minutos antes dos também fugitivos Mirco Maestri (Polti VisitMalta) e Edward Planckaert (Alpecin-Deceuninck), o italiano e o belga que foram respetivamente segundo e terceiro.
“Esta é a vitória mais emocional, depois de termos perdido o Jai [Hindley] logo no início e o Primoz. Todos nós tínhamos o objetivo de ganhar o Giro com o Primoz. Estivemos dois meses em altitude, estive quase três meses sem ver a minha família, os meus filhos […]. Quando perdemos um líder como o Primoz, perdemos um sonho”, confessou.
Emocionado, Denz reconheceu que com o abandono, há dois dias, após uma sucessão de quedas, do favorito número um a vestir a "maglia rosa" no domingo em Roma, os ciclistas da Red Bull-BORA-hansgrohe sentiram que trabalharam “para nada”.
A desistência de "Rogla" levou o alemão a estudar o livro da prova e a descobrir que os 144 quilómetros entre Morbegno e Cesano Maderno eram ideais para lutar pelo triunfo na etapa, uma premissa seguida por uma verdadeira multidão, mas não pelos homens da geral, que continua a ser liderada pelo mexicano Isaac del Toro (UAE Emirates).
Quase ao mesmo tempo que a fuga do dia se formava, decorridos que estavam pouco mais de 20 quilómetros, Juan Ayuso (UAE Emirates) abandonava a corrida.
Após ter quebrado na 16.ª etapa, despedindo-se definitivamente da luta pela geral, e de ter evocado persistentes dores no joelho direito para justificar o seu fracasso, o espanhol de 22 anos, que foi terceiro na Vuelta'2022, não "sobreviveu" à picada de uma abelha, que o deixou com o rosto inchado e sem ver do olho direito.
Privada daqueles que eram os dois grandes favoritos à partida, a "corsa rosa" prosseguiu com uma fuga de mais de três dezenas de corredores, entre os quais o líder da classificação por pontos, Mads Pederden e o seu inseparável Mathias Vacek (Lidl-Trek), os também ‘rápidos’ Wout van Aert (Visma-Lease a Bike) e Kaden Groves (Alpecin-Deceuninck), ou os ‘nacionais’ Diego Ulissi e Christian Scaroni (XDS Astana).
Os fugitivos conseguiram uma vantagem superior a 10 minutos para o pelotão, uma margem que até subiu quando os homens da frente a corrida começaram a atacar-se. Após várias tentativas, Nico Denz conseguiu finalmente ter o seu momento, isolando-se a 19 quilómetros da meta.
Experiente a ganhar etapas no Giro – venceu duas na edição de 2023 -, o alemão da Red Bull-BORA-hansgrohe fez um verdadeiro ‘contrarrelógio individual’ rumo à meta, que cortou com o tempo de 03:12.07 horas.
O pelotão, no qual seguia o português Afonso Eulálio (Bahrain Victorious), chegou placidamente à meta 13.51 minutos depois, com as diferenças da geral a manterem-se inalteradas.
Del Toro tem o equatoriano Richard Carapaz (EF Education-EasyPost) a 41 segundos, na segunda posição, e o britânico Simon Yates (Visma-Lease a Bike) a 51, na terceira, numa geral em que Eulálio é 69.º.
A alta montanha regressa ao Giro na 19.ª etapa, uma ligação de 166 quilómetros entre Biella e Champoluc, com três contagens de primeira categoria e uma de segunda, a cinco quilómetros da meta.