Emanuel Duarte, vencedor do GP O JOGO/Leilosoc: "Lutar contra a Sabgal deu outro significado"
Ciclista cortou barba e cabelo enquanto falou sobre o maior êxito da carreira, a conquista do 12.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc
Corpo do artigo
Emanuel Duarte festejou no pódio a conquista do 12.º Grande Prémio O JOGO/Leilosoc - a maior vitória tanto da carreira como da história recente da Credibom-LA-Marcos Car, a sua modesta equipa -, passou pelo controlo anti-doping e sentou-se na cadeira de José Conceição, o Magic Barber de Gondomar, que acompanhou a prova retocando a imagem dos corredores. Foi, portanto, numa verdadeira conversa de barbeiro que o algarvio de 27 anos narrou a O JOGO quatro dias inesquecíveis, com duas vitórias de etapa e conquista da geral e das classificações por pontos e combinado.
Começou tarde no ciclismo, andou apagado uns anos e diz-se um corredor de força que aprendeu a usar a tática, segredo de um triunfo especial, pela corrida e por ter batido a forte Sabgal.
Podemos dizer que fez barba, cabelo e bigode aos adversários?
-[ri-se] Foi! A primeira etapa saiu bem e quando se ganha logo a primeira isso dá confiança. No dia seguinte perdi a amarela, embora num desempate segundo o regulamento, e para a terceira só pensava recuperá-la. Tive a oportunidade de o fazer ganhando mais uma etapa. No último dia tivemos uma jornada muito atacada, fiquei cedo sem a ajuda dos colegas, mas tinha boas pernas, dando para levar a camisola até ao fim.
Na partida da última etapa, em Paredes, notava-se que estava nervoso...
-Estava. Sabia que ia ser uma etapa complicada. A Sabgal é uma equipa forte, todos o sabemos, e queria levar esta camisola usando a sua força. Estava bem fisicamente, mas podia falhar. Acabou bem, terminei a última etapa na terceira posição e levo a camisola para casa.
Entre tantos ataques no último dia, não chegou a estar preocupado?
-Estive sempre com os meus adversários. Preocupado nunca fiquei. Sabia que tinha de manter a calma, ir de cabeça fria e não entrar em maluquices. Senti sempre a corrida controlada.
Em toda a corrida notou-se ser um bom estratega. Sempre foi assim, ou evoluiu na tática?
-Normalmente sou mais de força do que de estratégia. Evolui nesse aspeto e também conto com a ajuda do carro. O Hernâni Brôco está sempre a dizer o que fazer. Nesta corrida ajudou muito. Foi uma vitória da estratégia, do saber manter a calma, de escolher o momento para arrancar.
Lutar contra a Sabgal-Anicolor, uma equipa mais forte, deu outro significado ao triunfo?
-Deu. Foi uma grande vitória. Todos sabemos que a Sabgal é a melhor equipa em Portugal. Vencê-los tem um grande significado.
“Tenho 27 anos e mais alguns pela frente. Os anteriores foram de aprendizagem”
Olhando ao passado, sente que perdeu alguns anos na carreira?
-Acho que não. Tenho 27 anos e mais alguns pela frente. Foram anos de aprendizagem e também entrei tarde no ciclismo. Aqui notou-se a experiência que fui ganhando.
Como será o resto da época?
-Queria andar bem nos Nacionais de contrarrelógio, uma disciplina de que gosto. A seguir temos a Volta a Portugal, a prova em que todos queremos estar bem. Gostava de brilhar outra vez.
A que lugar vai apontar?
-Não quero pensar demasiado grande. Acredito que um top 10 e ganhar uma etapa é possível.