Rafael Lira chegou ao Caxinas em janeiro, com uma longa carreira pela Europa. O percurso faz dele uma inspiração para os companheiro de equipa, que até lhe chamam tio.
Corpo do artigo
Aos 38 anos, e após ter passado por vários emblemas da Europa, Rafael Lira acredita que realizou todos os sonhos. O último deles em Portugal, no Caxinas.
Nasceu no Brasil, mas grande parte da carreira é na Europa. Como é que tudo começou?
-A minha tia também jogava e foi nela que encontrei a minha maior inspiração. No Brasil, joguei durante pouco tempo, a minha ambição sempre foi chegar à Europa. Em 2007, tive a oportunidade de ir jogar para o Kairat, no Cazaquistão. Foi a minha primeira experiência fora do Brasil. Foi aí que comecei a construir uma carreira sólida.
Nessa primeira mudança, o que foi mais difícil?
-No início, foi complicado devido à cultura, à língua e à comida. É tudo muito diferente. Já para não falar do tempo... eu estava habituado a 38 graus na minha cidade e, de repente, havia temperaturas negativas. Mas foi uma experiência muito boa.
Posteriormente mudou-se para a Rússia. A adaptação aí já foi mais fácil?
-Quando sai do Kairat fui para a Sibéria, na Rússia. Na altura, o treinador já tinha interesse no meu trabalho. Foi uma ótima experiência, foi o clube onde estive mais tempo. O mais complicado são as saudades de casa, mas a minha minha esposa e os meus filhos estiveram sempre comigo. Eles são o meu património.
"Não tinha noção da qualidade e da competitividade da Liga Placard"
Depois de outras experiências, mudou-se para o Caxinas. Como surgiu essa mudança?
-Aqui, realizei o sonho que faltava. É uma realidade muito diferente. Mas há uma pessoa muito importante no processo, o treinador Paulo Tavares. Cruzei-me com ele na Rússia, em 2010 ou 2012, e há mais ou menos três anos tive uma proposta do Braga, mas na altura não consegui vir para Portugal. Recentemente, falou-me da possibilidade do Caxinas, falou com a presidente que posteriormente me contactou, e a mudança concretizou-se.
Está a gostar desta nova experiência?
-Não tinha a noção da qualidade e da competitividade da Liga Placard. Nunca trabalhei com atletas com 16/17 anos, foi sempre com mais velhos. Quando cheguei, soube da importância que tinha para eles como fonte de inspiração. Há miúdos que me chamam de tio. Está a ser um privilégio para mim.
Até ao final da temporada, que ambições tem?
- Quero ajudar a equipa a permanecer na Liga Placard. Com trabalho, temos todas as condições para conseguir.