Em abril foram matriculados menos 84% de carros novos, o pior mês da história
Segundo os números revelados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as descidas dos últimos dois meses superaram a maior quebra de sempre no mercado automóvel,
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No passado mês de abril foram matriculados 3803 veículos novos em Portugal, uma descida tristemente histórica (-84,6%), com a agravante de o recorde anterior ter sido em março (-56,6%). Os números não surpreendem, pois traduzem o impacto da paragem devido ao coronavírus, que gerou recordes negativos por todo o mundo. No Reino Unido a quebra foi de 97%, dos 161 064 veículos em 2019 para os 4321 no mês passado. Desde 1946 que não se vendiam tão poucos automóveis! Mas os postos de vendas fechados levaram a valores ainda superiores em Itália (97,5%) e não muito distantes em França (88,8%).
Segundo os números revelados pela Associação Automóvel de Portugal (ACAP), as descidas dos últimos dois meses superaram a maior quebra de sempre no mercado automóvel, os -52,3% registados em fevereiro de 2012, devido à crise financeira internacional. O mínimo de 2749 automóveis ligeiros de passageiros vendidos influenciou o valor final, mas também caíram os ligeiros de mercadorias (948 unidades) e os pesados (106). No total dos quatro primeiros meses do ano foram matriculados 56 744 veículos (-39,8%), sendo 48 031 ligeiros de passageiros, numa quebra de 40,4% em relação a 2019.
A nível mundial, a descida nos três primeiros meses foi de 26% (17,42 milhões de veículos vendidos), número que irá cair mais com os valores de abril.
A reabertura dos stands no início desta semana faz prever uma recuperação para este mês, tendo entretanto a ACAP proposto ao Governo um plano de apoio com a suspensão do pagamento do Imposto Único de Circulação (IUC), o aumento em 100% do apoio à compra de veículos elétricos e incentivos ao abate de carros em fim de vida. Caso sejam aprovadas, as propostas poderão contribuir para uma boa notícia: a descida do preço dos automóveis.
Os sinais animadores da Volvo
A Volvo caiu 43,8% nas vendas em abril, para 31 760 carros, registando uma descida de 24,9% desde o início do ano (163 649 unidades), mas o balanço da marca sueca inclui alguns indicadores positivos. As suas vendas na China aumentaram 20,8% no mês passado em relação a 2019, depois de terem descido 15,6% nos três primeiros do ano, num sinal de que o regresso à normalidade pode representar valores acrescidos. Por outro lado, as vendas dos Volvo Recharge - designação da marca para elétricos e híbridos - conseguiram crescer de 7 para 14% nos quatro primeiros meses do ano, numa clara indicação do futuro. Em Portugal, a marca sueca está precisamente a reabrir com o novo Volvo S60 Recharge um híbrido com motor T8 plug-in a gasolina e nas versões R-Design, Inscription e Polestar Engineered, todas com caixa automática e tração às quatro rodas motrizes. Os preços começam nos 45 000 euros.