Efapel deixa de patrocinar a Fullracing, mas futuro está garantido e Mauricio blindado
Equipa de Águeda teve o patrocínio da Efapel desde 2011, mas vai mudar. Carlos Pereira diz-se tranquilo, conta manter orçamento e segurou nova estrela até 2024.
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A Fullracing vai competir com outro nome em 2022, não mantendo o patrocínio da Efapel, empresa de soluções elétricas que financiava o projeto desde 2011. Foi num tom tranquilo que Carlos Pereira, líder da marca de organização de eventos desportivos que possui a equipa, abordou o futuro, em conversa com O JOGO.
Corredores que estiveram na Volta a Portugal têm contrato para 2022 e Mauricio Moreira, o sensacional segundo classificado, possui uma cláusula de rescisão de 100 mil euros
"Foi uma situação fácil de gerir. Foi-me comunicado atempadamente que não iriam seguir no ciclismo e que eventualmente poderiam regressar a partir de 2023. Fui fazendo o meu percurso, arranjando sustentação para que a equipa possa continuar. Neste momento só está em causa o naming, porque o dinheiro temos e, dos corredores, só o Fábio Costa não renovou. E contamos com ele", explica, adiantando que o "orçamento será igual ao de 2021, ou seja, de 700 mil euros". A subida ao segundo patamar do ciclismo mundial, onde seria exigível o dobro do valor e que seria uma meta caso continuasse a ligação à Efapel, ainda não será para já.
A tranquilidade de Pereira advém dos triunfos. "Este é o melhor ano de sempre do projeto. Temos 17 vitórias. De 2020 para 2021 só transitaram o António Carvalho e o Luís Mendonça e fizemos um grupo unido em sete meses. Não havia nenhum diretor que o conseguisse", afirma Carlos Pereira, elogiando o filho, Rúben, e considerando ter sido "a melhor equipa da Volta a Portugal", onde teve a possibilidade de vencer com Mauricio Moreira, "com dois minutos sobre a W52-FC Porto".
"Neste momento só está em causa o naming. Há dinheiro e corredores. Os do melhor ano de sempre"
Se o ciclismo é apetecível pela visibilidade que dá a uma marca, Carlos Pereira faz um agradecimento à Efapel, pois essa ligação foi ainda mais longe: "Não podemos ficar reféns de uma marca. Sabemos o que o ciclismo rende a quem cá investe e há muita gente a dar valor ao projeto. Estou eternamente grato a esta marca, à Efapel, pelo apoio que nos deu. Estou grato ao engenheiro Américo Duarte e a todos os colaboradores da sua empresa. Conseguimos criar uma legião de adeptos muito similar a um grande clube de futebol e isso reforça a sensação de dever cumprido".
"Não podemos ficar reféns de uma marca. O ciclismo rende a quem cá investe e há muita gente a dar valor ao projeto. Conseguimos criar uma legião de adeptos"
Mauricio Moreira, segundo na Volta a Portugal, tem contrato até 2024 e só sai pela cláusula de rescisão - 100 mil euros - e os restantes líderes, como António Carvalho e Frederico Figueiredo, estão também salvaguardados. A Fullracing, garante o seu team manager, continuará no ciclismo com as mesmas ambições.
Efapel terá equipa nova
Marca de soluções elétricas confirma que continuará no ciclismo. Américo Silva nega ter acordo
A ligação da Efapel ao ciclismo português já é histórica, teve como ponto alto a vitória na Volta a Portugal com David Blanco, em 2012, e a empresa de soluções elétricas irá prosseguir na modalidade. "A Efapel vai continuar no ciclismo, porque dá resultados interessantes em termos de marketing e porque gostamos. Gosto mesmo disto", antecipa, a O JOGO, Américo Duarte, líder da empresa de Serpins, que faz um balanço muito positivo da última Volta, na qual venceu seis etapas: "Fiquei muito satisfeito com o desempenho geral. Foi mesmo acima do expectável. O facto de não vencermos não nos tira mérito algum. Foi acima de tudo o que era esperado e acho que fomos a melhor equipa, merecíamos vencer, mas o desporto é feito de sorte e azar e, naturalmente, parabenizo a equipa vencedora [W52-FC Porto]". A Efapel deixará de estar ligada à Fullracing e foi aventada a possibilidade de patrocinar o projeto de José Azevedo, manager que vai criar uma equipa. Américo Silva, ex-Liberty e Efapel, foi avançado como possível diretor desportivo, mas nega ter um acordo: "Estou disponível para voltar a ser diretor desportivo. Nunca saí do ciclismo. Estou sempre na modalidade, mas essa notícia não tem fundamento".