Quarto triunfo no Tour colocou esloveno numa galeria restrita e voltará a avivar o debate. O JOGO fez as contas e percebeu que, aos 27 anos, Merckx já era incomparável
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“Ele está acima de mim, não há dúvidas”, disse Eddy Merckx no ano passado, após Tadej Pogacar vencer o Mundial com um raide de 100 km em solitário. Mais tarde, o belga de 80 anos explicaria que cedera ao entusiasmo da corrida, pois “ele ainda tem um longo caminho até ser melhor do que Eddy Merckx”.
É um facto. Pogacar, ao vencer quatro vezes a Volta a França até aos 26 anos, deixou claro que deverá um dia integrar ou até superar o lote dos que têm cinco triunfos, assim como, ao ter 21 etapas (já é o sexto de sempre), poderá ameaçar as 35 de Mark Cavendish e 34 de Merckx. Mas as contas só lhe são favoráveis aí. Sendo, sem qualquer dúvida, o ciclista que mais se assemelha ao melhor de todos os tempos (GOAT), Pogacar dificilmente atingirá o total de 279 triunfos, nem as gerais de 11 Grandes Voltas (e 64 etapas) e 19 clássicas Monumento do belga. O esloveno vai em cinco GV (com 30 etapas) e nove Monumentos, tendo um total de 104 triunfos. Com a mesma idade, Merckx, tinha 173 vitórias, com os mesmos quatro triunfos no Tour, mais três Giro e 13 das maiores clássicas mundiais. O “Canibal”, que também se destacava a sprintar, foi mesmo de outra dimensão.