
Alberto Dainese
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Alberto Dainese deu o primeiro triunfo à Itália na corrente edição da prova.
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Alberto Dainese (DSM) lançou-se esta quarta-feira para a primeira vitória italiana do 105.º Giro, ultrapassando sobre o risco de meta o ciclista colombiano Fernando Gaviria, num dia de derrotas para a UAE Emirates de João Almeida.
Quando o sexto triunfo, e primeiro desde 2019, do sprinter da UAE Emirates na Volta a Itália parecia um dado adquirido, o jovem da DSM, de 24 anos, surgiu do "nada" e galgou rapidamente posições para superar Gaviria mesmo sobre o risco, somando a primeira vitória italiana nesta edição e a sua primeira em grandes Voltas.
"É bastante fantástico ganhar uma etapa no Giro, especialmente estando tão perto de casa. É inacreditável que tenha acontecido, estou super feliz", assumiu Dainese, explicando que o plano da sua equipa até era Cees Bol, mas o seu companheiro não se sentia bem nos últimos quilómetros da 11.ª etapa e a tarefa de "sprintar" acabou por ser-lhe entregue.
O italiano, que tentou manter-se "relaxado e seguir os rapazes", relegou Gaviria para o segundo lugar na tirada e o seu compatriota Simone Consonni (Cofidis) para o terceiro, comandando um pelotão no qual seguiam os portugueses João Almeida e Rui Costa, respetivamente 27.º e 28.º, com as mesmas 4:19.04 horas do vencedor.
Apesar de ter chegado a Reggio Emilia com o mesmo tempo dos seus adversários na luta pela camisola rosa, o líder da UAE Emirates caiu um lugar na geral, "pagando cara" uma desatenção da sua equipa, que permitiu a Richard Carapaz (INEOS) bonificar num "sprint" intermédio e "destronar" o português da vice-liderança da "corsa rosa", ainda e sempre comandada pelo espanhol Juan Pedro López (Trek-Segafredo).
Com o sprint a espreitar lá ao longe, em Reggio Emilia, o pelotão partiu de Santarcangelo di Romagna para cumprir os 203 quilómetros da 11.ª etapa já sem o "histórico" Biniam Girmay, que na véspera se tornou no primeiro ciclista eritreu a vencer uma etapa em grandes Voltas e hoje desistiu devido a uma hemorragia na câmara anterior do olho esquerdo, provocada por um "acidente" com a rolha da garrafa de espumante com que celebrou o triunfo.
Numa jornada "morna", os "secundários" Luca Rastelli (Bardiani-CSF-Faizanè) e Filippo Tagliani (Drone Hopper-Androni Giocattoli) passaram longos quilómetros ao ataque, antes de serem absorvidos a mais de 90 quilómetros da meta, mesmo a tempo de permitir que Richard Carapaz e a sua INEOS apanhassem João Almeida e a UAE Emirates distraídos no "sprint" intermédio de San Giovanni in Persiceto.
O campeão olímpico foi o primeiro a passar a linha, ganhando três segundos de bonificação e "roubando" ao português o segundo lugar da geral, com ambos com 12 segundos de diferença para o "maglia rosa" - no "desempate" aos centésimos de segundo, levou a melhor o equatoriano.
Cumprida a missão de destronar João Almeida, mas também o francês Romain Bardet (DSM), agora quarto, ainda a 14 segundos de Juan Pedro López, a INEOS dissipou-se no pelotão e Dries De Bondt (Alpecin-Fenix) aproveitou a oportunidade para se lançar a solo na frente da corrida, sendo alcançado a apenas 1.300 metros da meta, quando os homens mais rápidos já se perfilavam para atacarem o sprint.
"Fiquei fechado no meio, mas encontrei um espaço na esquerda e dei tudo até à linha. Nos últimos 20 metros, consegui passar o Gaviria", descreveu o vencedor, elogiando a sua DSM e, particularmente, Bardet pelo grande trabalho de equipa que valeu ao italiano o terceiro triunfo da ainda curta carreira.
Na quinta-feira, o pelotão enfrenta a 12.ª etapa da 105.ª Volta a Itália, uma ligação de 204 quilómetros entre Parma e Génova, que deverá ter pouco impacto nas contas da geral, na qual Rui Costa é 49.º, a 43.21 minutos do camisola rosa, e Rui Oliveira (UAE Emirates), que foi 149.º, a 1.51 minutos de Dainese, é 147.º, a mais de duas horas do jovem espanhol da Trek-Segafredo.
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