Dudu tem-se destacado na Liga Placard, não só pela segurança que oferece na baliza mas também pelos seis golos marcados esta temporada. A cumprir no Braga a primeira época no futsal europeu, Dudu destaca a importância do trabalho coletivo para o sucesso, abordando a pressão inerente à posição de guarda-redes.
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O guarda-redes é provavelmente o atleta mais solitário do mundo. Confinado a defender uma estrutura com mais de três metros de comprimento e dois de altura, o guardião está constantemente pressionado a não fracassar. “O maior desafio é o erro, pois somos a última linha de defesa; se falharmos, é golo. Por isso, quando fazemos uma grande defesa ou sofremos um golo devido a um erro nosso, temos é de nos focar no próximo lance. Não pode haver entusiasmo nem euforia, nem frustração ou tristeza, a palavra-chave é ‘segue’, como refere o nosso treinador Joel Rocha”, expõe Dudu a JOGO, guarda-redes de 28 anos que veste a camisola do Braga.
O brasileiro juntou-se esta temporada aos arsenalistas e à Liga Placard, proveniente do futsal brasileiro, e tem deixado marca não apenas pelas defesas realizadas, mas também pela quantidade de vezes que consegue fazer balançar as redes adversárias - contabiliza seis golos em 17 jogos. “É uma sensação fantástica. Poder ajudar a equipa com defesas e ainda mais com golos é a confirmação de que estamos no caminho certo, motivando-me a treinar ainda mais para continuar a evoluir. Acredito que o principal fator é o coletivo. A nossa dinâmica de jogo inclui o guarda-redes a avançar e a pressionar, o que nos torna muito ativos ofensivamente”, explica Dudu.
E o que levou o brasileiro, com 28 anos de idade, a fazer as malas e atravessar o Atlântico para jogar na Europa? A resposta é simples. “Sempre foi o nosso grande objetivo e não poupámos esforços para o alcançar”, diz, no plural, incluindo a família, a sua “maior motivação”. “Está sempre presente, nos bons e nos maus momentos. A minha esposa Mayara, o meu filho Pedro Henrique e a minha filha Helena, que nasceu na semana passada, são eles que me impulsionam a seguir em frente”, partilha Dudu, que fala sobre a adaptação ao novo país. “O que mais me fascinou foi a riqueza da cultura tradicional, manifestada nas igrejas, nas construções, na gastronomia e na arte. Aquilo a que me adaptei pior foi às chuvas frequentes”.
“Estamos em grande forma”
O grupo arsenalista persegue “feitos”: conquistar o título nacional e a Taça de Portugal
O Braga está a protagonizar uma excelente época e segue empatado com o Sporting no topo da classificação da fase regular. Dudu mostra-se satisfeito, tanto a nível individual como coletivo, mas deseja aumentar o nível. “Espero continuar a contribuir com boas exibições e, acima de tudo, assegurar vitórias para o Braga. Coletivamente, estamos em grande forma, com todos os jogadores a encararem cada jogo como uma final, o que reflete a determinação em alcançar grandes feitos”, afirma o guarda-redes de 28 anos.
Quanto aos objetivos traçados para a época, tanto na Liga Placard como na Taça de Portugal, o número 2 arsenalista adota uma postura ambiciosa, mas consciente. “Na Liga Placard, o nosso foco imediato é vencer o próximo desafio contra o Quinta dos Lombos. Contudo, desejamos garantir o primeiro lugar na fase regular, avançar para a fase do play-off e, por fim, conquistar o título de campeão. Na Taça de Portugal vamos defrontar o Rio Ave, um adversário difícil. Vai ser um jogo importante para nós, porque o nosso objetivo é claro, passando por chegar à final da competição e levantar o troféu”, conclui o guarda-redes estreante na Europa.