"'Doping mecânico' na Jumbo-Visma? Somos o mais transparentes possível"

"No âmbito do combate às fraudes tecnológicas, foram fiscalizadas 42 bicicletas. Todas cumpriram os regulamentos da UCI", escreveu ontem o relatório do júri sobre a 16.ª etapa da Volta a Espanha, um comunicado habitual durante as Grandes Voltas. As máquinas dos corredores passam diariamente por um raio-x - no domingo, antes do triunfo de Rui Costa, foram fiscalizadas 38 -, o que reforçou as reações contra Jérôme Pineau, o antigo corredor francês que acusou a Jumbo-Visma de "doping mecânico".

"Isso são comentários de um "gerente" que contratou vários ciclistas para os deixar no desemprego, porque os enganou. Quem é ele para falar dos outros?", disparou Merijn Zeeman, diretor-desportivo da Jumbo, referindo-se ao fim da equipa B&B Hotels, liderada por Pineau. Richard Plugge, manager da equipa neerlandesa, ripostou nos mesmos moldes - "Parece que todos esqueceram os danos que ele fez ao ciclismo no ano passado" - e lembrou que "quem nos acompanha sabe que somos o mais transparentes possível e abrimos totalmente as nossas portas aos documentários da Netflix e da Amazon". "Aparentemente, Pineau não sabe como funciona o ciclismo em 2023. A base do nosso sucesso é o método de trabalho, com nutrição sofisticada e treino em altitude", disse ao "WielerFlits".

Cyrille Guimard, ex-selecionador francês e técnico histórico do seu país, juntou-se ao coro dos protestos, dizendo que o seu compatriota "falou sem provas, não tendo nada". "Este é o problema do ciclismo, diz-se de tudo. Tenho feito imensos contactos com equipas e ninguém se queixou", explicou.