Corriam na Cofidis e na Israel-P. Tech, mudaram do topo mundial para Águeda e estão a gostar. Wood e Hollyman trocaram o World Tour por Portugal, dizem correr por paixão e acham “excitante” um pelotão de ataques constantes. Sonham com um convite de topo, como o que levou Johansen...
Corpo do artigo
Harrison Wood tem 24 anos e estava na Cofidis, Mason Hollyman conta a mesma idade e corria pela Israel-Premier Tech. Os dois britânicos reforçaram a Anicolor-Tien21 vindos do topo do ciclismo mundial, o que, não sendo inédito, continua a ser invulgar, pois as equipas nacionais militam na terceira divisão mundial. “Foi uma boa decisão. Vi o calendário que a equipa ia ter e gostei. Fizemos Algarve e Gran Camiño, estamos nas Astúrias, são muitas corridas com os melhores”, diz Wood a O JOGO, enquanto Hollyman recorda: “Tenho boas memórias de 2021, quando corri a Volta a Portugal e o Troféu Joaquim Agostinho”. Como venceu a etapa da Volta na Senhora da Assunção e foi nono da geral em Torres Vedras, já então pela Israel Academy, ficou entusiasmado. “Adorei as corridas, o ambiente, os adeptos. Foi muito divertido. E, afinal, se estamos no desporto é porque temos paixão por isto...”, explica.
Mason entusiasmou-se com a aparência da equipa de Águeda, Harrison Wood descobriu uma nova forma de correr. “Aqui é diferente, há menos controlo do que nos profissionais”, anota, referindo-se ao World Tour onde esteve. “Mas é engraçado. Uma forma de correr mais amadora, mas que me agrada muito”, completa. “É divertido, adoro os ataques logo à partida. Olhas à tua roupa suada e parece que estás a meio da corrida, quando mal começou. Gosto de correr com menos controlo”, completa Mason Hollyman.
“Já não estava habituado a provas só com 90 tipos. É diferente, mas estou a gostar mais assim. Há mais ataques, mas também é mais seguro”, atira Wood sobre o pequeno pelotão português, com Hollyman a fazer um acrescento. “Como estamos numa equipa habituada a controlar as corridas, torna-se mais excitante”.
Portugal é atualmente o único país com análises para o passaporte biológico em todas as equipas, o que não incomoda os dois ingleses. “Não é nada a que não estivesse habituado. Fazer a este nível, neste pelotão, o que a AMA faz no World Tour, é positivo. Para nós, é algo que faz parte da rotina”, sustenta Hollyman, com Wood a considerar a medida “francamente boa”. “Assim, sabes que estão todos ao mesmo nível, que não há batota, o que é importante após o ciclismo português, e a modalidade em geral, terem ficado com má reputação”.
Agradados, os britânicos gostavam de seguir as pisadas de Julius Johansen, o dinamarquês que no início da época saltou desta mesma Anicolor para a UAE Emirates, equipa líder mundial. “Isso era uma boa ideia!”, dispara logo Wood, realçando que está a gostar “do que estamos a fazer nesta equipa”. Mas o sonho de ambos é, obviamente, voltar ao World Tour.