"Disseram-me que mais vale ser bonita e estar no top 20 do que ser feia e a número um"
Revelação de Sorana Cirstea, tenista romena que ocupa o 38.º lugar no ranking feminino mundial.
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Sorana Cirstea, tenista romena e atual 38.ª classificada do ranking feminino mundial (WTA), concedeu esta sexta-feira uma entrevista ao podcast "La Fileu", onde revelou um comentário sexista de que foi alvo na altura em que celebrou um contrato com a Adidas.
"Eu lembro-me da altura em que assinei um contrato com a Adidas. Durante todo o tempo, e considerando que eles viam-me como uma boa atleta, disseram-me: 'Mais vale ser bonita e estar no top 10 ou no top 20 do que feia e número um'. É assim que tu vês que elas [marcas] têm as suas quotas e que tudo é um mercado", contou.
Cirstea acredita que o panorama atual do ténis feminino liga demasiado à imagem das atletas, considerando ainda que o país de um origem de um atleta é algo que influencia diretamente aspetos relacionados com marketing.
"Por exemplo, os mais bem pagos são [atletas] norte-americanos, chineses ou japoneses. No Japão, a tenista mais bem paga é Osaka, ela tem sido atleta mais bem paga de todos os desportos nos últimos anos. É o mercado! A Grã-Bretanha e a Espanha também vendem. A Europa do Leste não vende! Não é igual para todos e depende da tua personalidade, como inspiras pessoas e como te apresentas em público", explicou.
Questionada ainda sobre Serena Williams, Cirstea revelou que a lenda do ténis costumava exercer intimidar as adversárias na véspera das partidas.
"Serena costumava intimidar-me, estava treinada para isso, para intimidar-te nos balneários. Ao início, Serena não queria falar com ninguém, apesar de termos um balneário partilhado. Foi um bocado estranho ao início [defrontá-la], quando vês alguém na televisão e depois jogas contra ela. Ela tinha uma aura que te intimidava", admitiu.
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