Direitos humanos são "implícita e explicitamente incluídos" na educação olímpica
A tese de mestrado, entretanto publicada em livro sob o título "Olimpismo e Direitos Humanos: Uma Análise Crítica Comparando Diferentes Programas Nacionais de Educação Olímpica na Europa" (em tradução livre), contou com o contributo de Portugal
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Um estudo levado a cabo por Rebekka Lang Fuentes, da Universidade de Mainz, analisou os programas de educação olímpica de 12 países europeus, incluindo Portugal, com os resultados a indicarem que os diretos humanos "são implícita e explicitamente incluídos".
A tese de mestrado, entretanto publicada em livro sob o título "Olimpismo e Direitos Humanos: Uma Análise Crítica Comparando Diferentes Programas Nacionais de Educação Olímpica na Europa" (em tradução livre), contou com o contributo de Portugal.
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Através do Comité Olímpico de Portugal, os contributos prestados para a tese de mestrado de Fuentes, que recolheu dados entre fevereiro e maio de 2021 e publicou a tese este ano, contribuem para a missão de "explorar quão presente está na educação olímpica europeia contemporânea o chamamento" das Nações Unidas de ensinar a partir dos direitos humanos.
Em entrevista à Lusa, a investigadora "explica que Portugal, em concreto, "inclui bastantes, e diferentes, tópicos de direitos humanos" no material educacional do Programa de Educação Olímpica (PEO), da "inclusão de pessoas com deficiência ao antirracismo, anti-violência, entendimento multicultural, igualdade de género, aprendizagem através da História e realização pessoal".
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Poucos países, destaca Fuentes, incluem a educação olímpica como obrigatória no currículo nacional, uma medida que a investigadora vê como sendo "de especial importância para chegar ao máximo de crianças e jovens possível".
"Em Portugal, encontramos um meio caminho entre a implementação como um todo no currículo nacional, e o trabalho numa base voluntária. As escolas portuguesas podem aderir oficialmente ao programa e implementar esta educação como obrigatória. Comparando com os outros comités nacionais avaliados, este procedimento é único", afirma.
Além de Portugal, participaram no estudo Alemanha, Arménia, Áustria, Bielorrússia, Croácia, Eslovénia, Espanha, Hungria, Israel, Lituânia e Rússia.
Como recomendação, Rebekka Lang Fuentes, que entregou a tese na Universidade de Mainz, na Alemanha, deixa a nota de que em Portugal se possa "envolver o máximo de escolas possível", caminhando para a implementação "obrigatória" deste programa no currículo nacional, bem como o desenvolvimento de materiais e atividades "para grupos etários diferentes".
O mais importante, elenca, é que "o Programa de Educação Olímpica seja mesmo posto em prática por todos os participantes".
O PEO, implementado no seio do Comité Olímpico de Portugal (COP), arrancou no final de 2015 e foca-se na promoção dos valores olímpicos, procurando atrair escolas que se associem a este formato, trabalhando tanto com alunos como com professores, muitas vezes com a colaboração de atletas olímpicos.