Diana Gomes aceitou desafio de ser secretária-geral do COP por ver atletas no centro
Integra a lista de Fernando Gomes
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A antiga nadadora Diana Gomes aceitou o “desafio ainda maior” de integrar a lista de Fernando Gomes ao Comité Olímpico de Portugal (COP) como secretária-geral por sentir que os atletas estavam a ser colocados “no centro das decisões”.
“É um desafio ainda maior, mas aqui eu senti mesmo que os atletas estavam a ser colocados no centro das decisões e que esta abordagem será completamente centrada no atleta. A experiência desta posição virá, pela primeira vez, de um atleta, recentemente presidente da Comissão [de Atletas Olímpicos], recentemente dentro de todas as matérias e reivindicações e da voz do atleta”, justificou, em declarações à Lusa.
Aos 35 anos, a nadadora olímpica em Atenas2004 e Pequim2008 aceitou integrar a lista de Fernando Gomes às eleições do COP no cargo de secretária-geral por sentir “muita segurança” no convite endereçado pelo ainda presidente da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), para poder “dar continuidade” ao trabalho que desenvolveu nos últimos três anos como presidente da Comissão de Atletas Olímpicos.
“Acho que as federações estão muito interessadas em que isso possa acontecer [ter um antigo desportista como secretário-geral do COP]. Faz todo o sentido este trio: atletas, federações e COP. Para mim, isto é a lógica base de funcionamento e estar no centro dessas decisões, estar a fazer esta triangulação, poder estar presente e representar os dois lados, acho que não há melhor forma nem situação de o fazer”, assumiu.
Embora defenda que ter um atleta como secretário-geral do organismo olímpico é “um passo muito importante e tem deveras de ser dado”, Diana Gomes “não estava à espera de todo” de ser convidada para o cargo.
“Aqui há uns tempos tinha sido contactada pelo Fernando, mas numa ótica de ele perceber como é que funcionava a CAO, o que é que os atletas precisavam, quais eram as nossas principais reivindicações, qual era a sensação que eu tinha como presidente da CAO dentro do Comité, como é que era recebida a opinião dos atletas. Eu tive muito gosto de partilhar isso já na altura, já há uns bons e largos meses. E por aí tinha ficado”, começou por relatar.
Mais recentemente, voltou a ser abordada pelo presidente da FPF, pensando tratar-se de um novo contacto para “discutir matérias mais práticas”.
“Então, aconteceu algo que realmente não estava, de todo, no meu horizonte já, tendo em conta o que tinha acontecido anteriormente, mas isto levou-me a pensar o porquê do trabalho que eu fiz, sem qualquer condição, nestes últimos três anos. Sem pensar noutros assuntos, claramente sempre muito assiduamente dediquei-me às atividades e projetos da CAO, e foi-me apresentada a possibilidade de os poder continuar”, completou.
Inicialmente, a antiga nadadora apoiou José Manuel Araújo na corrida à presidência do COP, fazendo parte da comissão executiva da lista do atual secretário-geral do organismo antes de este ter unido a sua candidatura à de Laurentino Dias.
“Eu apoiei uma lista que deixou de existir. Portanto, eu fiquei pelo caminho nesse sentido”, justificou a mais jovem atleta nacional a apurar-se para uns Jogos Olímpicos – tinha 14 anos quando se qualificou para Atenas2004.
Numa carta endereçada hoje às federações e demais votantes nas eleições de 19 de março, Gomes explica que a escolha de Diana Gomes sublinha “um princípio fundamental” da sua proposta de valor para o olimpismo: “colocar os atletas no centro de todas as decisões”.
“A experiência da Diana Gomes, enquanto atleta de alto rendimento e adida da Missão Portuguesa aos Jogos Olímpicos Paris2024, faz dela a pessoa certa para assegurar que o COP responderá com eficiência às necessidades dos atletas, federações e demais entidades que compõem o movimento olímpico nacional”, sustenta.
Além de Fernando Gomes e Laurentino Dias, concorre à presidência do organismo o também antigo secretário de Estado do Desporto Alexandre Mestre.
As eleições marcadas para 19 de março vão eleger o sucessor de Artur Lopes, que assumiu a presidência do COP após a morte de José Manuel Constantino em agosto passado.