"Desporto olímpico precisa dos atletas que aceitem as regras, mesmo se os países estiverem em guerra"

Thomas Bach
AFP
Thomas Bach, presidente do Comité Olímpico Internacional, alertou assim para uma polarização e que se as coisas continuarem a caminhar nesse sentido será o desporto a fracassar
O presidente do Comité Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, lembrou hoje na cimeira do G20 a ideia da união dos povos na competição e apelou a uma "neutralidade política" dos países.
"Condenámos e sancionámos sem reservas o governo russo face à flagrante violação da carta olímpica. Continuamos a apoiar atletas e membros da comunidade olímpica ucraniana, com toda a nossa solidariedade. Mas, em contraste com outras guerras e conflitos no mundo, em relação a esta guerra, alguns governos começaram a decidir quais os atletas que podiam participar e os que não podiam", explicou.
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O presidente do COI alertou assim para uma polarização e que se as coisas continuarem a caminhar nesse sentido será o desporto a fracassar.
"Se o desporto seguir este caminho, ser mais uma ferramenta para atingir objetivos políticos, o desporto internacional desmoronará. O desporto olímpico precisa de todos os atletas que aceitem as regras, mesmo, e, especialmente, se os seus países estiverem em confronto ou em guerra", defendeu.
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O dirigente salientou que é missão do COI "unir" e "não aprofundar divisões" e que por isso compete ao organismo ser "politicamente neutro".
"Para permitir que os nossos futuros anfitriões recebam os melhores atletas de todo o mundo, independentemente de conflitos políticos. Apelo a vocês, líderes mundiais, para apoiarem a neutralidade política", referiu Thomas Bach.
Desde que invadiu a Ucrânia em fevereiro, a Rússia foi suspensa de várias competições internacionais, entre as quais o Mundial de futebol do Qatar, e vários países impuseram veto de participação a atletas russos nas competições por si organizadas.
O presidente do COI dirigiu-se a chefes de Estado e governantes das 19 maiores economias do mundo e aos líderes da União Europeia na cimeira do G20 que arrancou hoje na Ilha de Bali, na Indonésia.
