ENTREVISTA - Entrando na W52-FC Porto disposto a ajudar João Rodrigues e Amaro Antunes, Jóni Brandão, maior rival dos azuis e brancos nos últimos cinco anos, revelou a O JOGO as novas metas.
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Foi disposto a desempenhar um novo papel que Jóni Brandão abriu o coração a O JOGO. Fez três pódios na Volta a Portugal, na qual alinha como um eterno favorito, mas agora mudou para a W52-FC Porto e assume querer ser uma mais-valia coletiva.
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A sua saída da Efapel para integrar a W52-FC Porto surpreendeu muitos. O que o levou à decisão?
-Tinha mais um ano de contrato com a Efapel, mas chegámos a um acordo para sair. Entrei em contacto com outras equipas e não fiz muitas exigências à W52-FC Porto.
Já tinha sido sondado pelos azuis e brancos?
-Quando assinei pela Efapel, para a época de 2019, tive uma proposta da W52-FC Porto. Não assinei na altura porque queria ser o líder. Estava lá o Raúl Alarcón. Não sendo o líder não fazia sentido ir para a equipa. Mas as coisas mudaram. Não tenho o objetivo de ser líder; já não tenho essa necessidade. O passado mostra-nos determinadas coisas: ser líder é bonito, mas as responsabilidades caem-nos em cima. Agora estou numa equipa com vários ciclistas que podem vencer e na qual sei que serei uma grande mais-valia. Qualquer que seja a posição, vou estar presente.
Diz já não precisar de ser líder. Ficou cansado da pressão?
-Não estou cansado de ser o favorito. Assinei por dois anos com a W52-FC Porto sem a ideia de ser líder, é certo. Não sabia quem ia continuar na estrutura, mas temos os dois últimos vencedores da Volta. Disse que vinha para fazer o que era necessário e vou trabalhar para o coletivo, mas sei que posso liderar em qualquer corrida, assim o entendam.
Todos na W52-FC Porto o identificavam anualmente como o principal rival. Foi bem recebido?
-Fui. Agora faço parte da equipa. É totalmente diferente. Todos trabalham com a ambição de ganhar. É normal que exista rivalidade, porque cada um de nós dá o melhor na estrada.
Apoio na Avenida dos Aliados a João Rodrigues, em 2019, não afetou a decisão. Jóni diz já ter sentido o carinho dos portistas com a mudança
Tem três segundos lugares na Volta a Portugal... Em tempos disse a O JOGO que não era uma obsessão ganhar a prova. Ao abdicar de ser líder, está a dizer que não pensa poder ganhar?
-Enquanto correr, posso ganhar, mas não vivo obcecado com a Volta. Ficaria muito feliz se a conseguisse ganhar, claro. No entanto, nunca estive numa equipa que vencesse a Volta a Portugal. Espero que a W52-FC Porto a continue a ganhar, seja com que ciclista for.
Nos seis anos anteriores foi o único líder nas suas equipas. Agora terá mais abertura para atacar de longe?
-Temos uma estratégia e vamos todos fazer o que nos mandam. Nos últimos anos o trabalho era guiado para mim, na Efapel aconteceu em 2019. Claro que ficava guardado para o final. Não faço ideia se vou atacar, se vou ter essa autorização, mas sei que há muitos que virão comigo se isso acontecer, porque me olham como potencial vencedor. Quando tens atletas de reserva é sempre o melhor para jogar com a estratégia. Termos quatro cartas é sempre uma mais-valia.
A sua contratação provocou uma onda de reações...
-Existiu um feedback positivo, mas há adeptos que não me queriam na W52-FC Porto. A rivalidade sempre foi a de querer ganhar. Há muitos que ficaram contentes, que entendem que é sempre melhor estar na equipa deles do que nas outras. Por estar ligado a uma equipa de futebol, senti logo uma maior massa de gente com a equipa de ciclismo.
Quando assinou, pensou no apoio que o João Rodrigues teve nos Aliados, em 2019?
-Não. Foi normal apoiarem o João nessa altura e não guardo qualquer rancor.