João Chalupa, atleta do Hóquei Clube Vasco da Gama, está numa jornada pelo litoral do país e conta a O JOGO as aventuras dos últimos dias
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João Chalupa começou no domingo uma jornada de aventura. Propôs-se a percorrer o litoral do país em patins em linha. Arrancou em Caminha, de onde viajou até ao Porto, cumprindo 110 quilómetros no primeiro dia. Teve apoio dos pais, nomeadamente do pai, que, de bicicleta, o acompanhou. Mas não ficou por aí e seguiu para Aveiro no segundo dia.
De Aveiro à Figueira da Foz, da Figueira a São Pedro de Moel e esta quinta-feira até à Foz do Arelho. "Quero ir até ao Algarve. Gostava de chegar a Portimão, mas Faro também é hipótese. Penso que é a primeira vez que alguém faz isto, pelo menos nunca foi registado", declara João Chalupa, atleta do Hóquei Clube Vasco da Gama, a O JOGO.
Conhecedor das vias de Sines e também de Aveiro, onde treinou para a proeza, somando centenas de quilómetros, nomeadamente na Ecopista do Dão, o hoquista assume que ainda é "incognita" saber quanto tempo demora até ao Algarve, por "desconhecimento das estradas" junto ao mar na área metropolitana de Lisboa.
"Estou bem das pernas, mas há uma falta de habituação à bota, porque há muita fricção. Tenho de reajustar as meias várias vezes", diz, explicando que os patins de carbono são bem diferentes dos que usa nos rinques. Tanto que precisa de ajuda a travar. "Se a estrada for a direito travo eu. A descer não dá. Dói muito e o chassis é comprido. Há descidas a pique, rotundas e cruzamentos e tenho de agarrar-me ao carro", pormenoriza Chalupa, agradecendo à namorada Filipa e ao amigo Manuel a abnegação: "Sem eles não era possível. Eles estão com o carro atrás de mim e ultrapassam-me para que eu me agarre enquanto estou a descer. Seria um perigo fazer apenas estradas nacionais por isso mesmo. E as que escolhemos têm margens para poder patinar melhor, mais seguro, na berma."
O sacrifício pessoal está à vista no nariz, onde tem um "escaldão" desde o primeiro dia e no cansaço. "Alternamos entre dormir na tenda e no carro. É chegar, comer qualquer coisa, aprontar a tenda e sair novamente", declara o hoquista, que sente que tem a "pré-temporada adiantada". "Falei com o meu treinador e retomo aos treinos na próxima semana. Queria muito fazer esta aventura. As pessoas metem-se comigo e os ciclistas admiram-se com o que estou a fazer. Pensam que sou um "doido" qualquer da terra. Mas é preciso uma dose de loucura grande", recorda.
João Chalupa em 2019 viu o seu nome figurar no livro do Guiness, depois de em abril desse ano ter estabelecido um recorde de 513 toques na bola com o stick durante um minuto. É conhecido ainda pelos vídeos Freestyle.