Daniel Silva em estreia na Liga Placard: "Já estava a pedir novos patamares"
Após seis anos a competir nas divisões inferiores, Daniel Silva deu o salto esta época para a Liga Placard, motivado pelas boas referências do Fundão, clube que luta ainda pelo play-off. O ala brasileiro regista 20 jogos, três golos e quatro assistências nesta primeira experiência no escalão máximo português.
Corpo do artigo
Daniel Silva respirou fundo antes de falar com O JOGO, já que considera as entrevistas parte dos chamados “ossos do ofício”. O ala brasileiro, de 25 anos, espalha magia nas quadras portuguesas desde 2017, quando deixou o Brasil e chegou a Portugal, pela porta do Mogadouro, tendo também passado por Ladoeiro e Lusitânia dos Açores. Contudo, esta temporada Daniel deu o salto para a Liga Placard, após recolher boas referências do Fundão e perceber que era ali que devia estar. “Era um namoro antigo e senti que este era o momento certo para me juntar ao clube. Eu já estava a pedir novos patamares e tem sido uma fase de aprendizagem, já que esta é a minha primeira experiência na Liga Placard”, conta o ala.
Entusiasmado por jogar no escalão máximo, Daniel perdeu um pouco desse entusiasmo ao deixar os Açores, onde esteve nos últimos dois anos, e ao constatar que no continente, enfrentaria… muito frio. “Nos Açores, o tempo era muito instável. Às vezes chovia, mas estava calor e até era agradável. Era imprevisível. Já sabia que no continente iria enfrentar muito frio; cheguei a Castelo Branco e foi realmente intenso para mim, não estava habituado. As temperaturas baixas são uma grande dificuldade para os brasileiros”, afirma o ala de forma descontraída. Mas nem esse problema climatérico abalou Daniel, como comprovam os 20 jogos, três golos e quatro assistências ao serviço do clube beirão, apesar da campanha abaixo das expectativas que a Desportiva está a realizar. “Sinto que a intensidade do futsal da primeira liga favorece-me porque sou muito forte na marcação e nos duelos individuais. Apesar de a temporada não estar a correr da melhor forma a nível coletivo, encontrei a felicidade no futsal e tenho mostrado que mereço estar entre os melhores, pelo que só quero continuar assim”, assume o ala.
Mário Freitas é ídolo
Partilhar no Fundão o balneário com Mário Freitas é motivo de orgulho para Daniel. “Ele é uma figura de destaque em Mogadouro, o meu primeiro clube em Portugal. Desde então, tornei-me um grande admirador dele”, diz sobre o ala transmontano, 34 anos, internacional que entre muitos troféus já venceu uma Finalíssima Intercontinental.
Ganhar para respirar bem
Com o final da fase regular da Liga Placard a aproximar-se, o Fundão encontra-se num modesto décimo lugar na tabela classificativa. Para a equipa da Beira Baixa, habituada aos lugares cimeiros, foi algo inesperado. “Nunca pensamos poder estar nesta situação. A nossa equipa é bastante jovem e passou por uma reestruturação, o que, sem dúvida, teve um grande impacto. Penso que apenas três jogadores transitaram da época passada e algumas coisas falharam. Não tivemos muito tempo para nos adaptarmos, tudo aconteceu num piscar de olhos”, partilha Daniel Silva.
Apesar destes obstáculos, o ala assume que o grupo mantém objetivos claros e não quer ficar na história por maus motivos. “Estamos conscientes da nossa posição delicada, porque nas três jornadas que nos faltam disputar enfrentaremos Benfica e Sporting. Mas, no futsal, tudo pode acontecer. O nosso principal objetivo é assegurar a permanência o mais rápido possível e temos de ganhar já no próximo jogo, em casa do Caxinas [sábado, às 16h00]. O Fundão tem uma história rica e nunca desceu de divisão desde que subiu. Queremos manter essa tradição”, conclui.