O irlandês Daniel Martin abraçou o projeto da UAE Team Emirates com as clássicas em vista, nas quais terá Rui Costa a seu lado. Disse a O JOGO que esteve longe de se sentir cómodo nestas primeiras pedaladas da época.
Corpo do artigo
A correr pela terceira equipa de World Tour da carreira, o puncheur irlandês Daniel Martin considera que, depois de 2 anos na Quick-Step Floors, a saída para a UAE Team Emirates representará um desafio e uma motivação acrescida: "É uma nova equipa, uma das melhores do mundo. É, provavelmente, a maior mudança na minha carreira. Há muito para melhorar e é excitante termos de afinar tanta coisa", começou por dizer a O JOGO.
Vencedor de dois dos cinco monumentos do ciclismo - a Liège-Bastogne-Liège em 2013 e a Lombardia em 2014 -, e com 11 épocas enquanto profissional, Martin quer "estar em grande momento" nas clássicas acidentadas das Ardenas para superar duas épocas com apenas três vitórias. A estreia na época decorreu no Algarve, mas os 2m03s perdidos para Thomas no crono, que viria a ser batido pelo companheiro Kwiatkowski, não o deixaram sonhar. Martin reconhece que tem de melhorar: "Tive dificuldades acrescidas no contrarrelógio devido à dureza do esforço do dia anterior [Fóia]. Ainda aprendo como a nutrição funciona no desgaste. Sabia que teria dificuldades, mas não se ganha forma de corrida sem competir".
Salientando o "grande plantel" da formação de Abu Dhabi, o irlandês não pormenoriza a interligação com Rui Costa, uma parceria que começará na Paris-Nice de março. O português afirmou foco total para as Ardenas, mas Martin, pegando no exemplo do Tour, no qual foi 6.º em 2017, abre a porta a uma liderança partilhada. "Com aquela primeira semana de Volta a França [menção aos troços em pavê], é bom existirem duas opções para a geral. E se o Fabio Aru vier [italiano tem programa desenhado para Giro e Vuelta, mas abriu a porta a alterações para voltar ao Tour], vamos trabalhar bem. Complementamo-nos", assevera.
O ciclista de 31 anos está seguro de que o 14.º posto na Algarvia, prova para a qual deixa os melhores elogios, foi pouco significativo. "O Algarve tem tudo o que precisamos. Há duas subidas duras, um contrarrelógio difícil e aquela tensão dos sprints. Treinamos os instintos para estar a grande nível em março e abril. Não tínhamos a capacidade de Sky ou BMC para assumir a perseguição e endurecer a corrida, por isso não foi um mau começo", conclui.