Covid-19: Rui Bragança diz que adiamento dos Jogos Olímpicos era a "única decisão possível"
Atleta de taekwondo lembra que os nesta altura nem é possível treinar.
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O atleta português de taekwondo, Rui Bragança, defendeu que o adiamento dos Jogos Olímpicos, anunciado esta terça-feira, era "a única decisão possível" face à evolução da pandemia da covid-19.
"Era a única decisão possível, dado o estado em que está o mundo e como vai evoluir a pandemia", disse o atleta de 28 anos, nono classificado nos Jogos do Rio'2016.
Num momento em que "os atletas nem sequer conseguem treinar", o adiamento anunciado hoje pelo Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos, após reunião com o primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, era "a única coisa que fazia sentido".
Quanto ao novo período que se abre com a passagem da competição para o próximo ano, nomeadamente no que toca a qualificações e outras questões em torno de cada ciclo olímpico, Rui Bragança considera que vai depender da abordagem "das federações internacionais de cada modalidade".
"No taekwondo, já há 12 de 16 apurados, faltam quatro, dois europeus e dois asiáticos. Como é que vão fazer? Temos de esperar", apontou o atleta.
O atleta português lembra ainda uma outra questão levantada com o adiamento, no caso "a bolsa atribuída pelo Comité Olímpico de Portugal", programada para encaixar num ciclo de quatro anos, não de cinco ou três.
"Vamos supor que o meu apuramento é em maio. Se não me qualificar, fico sem a bolsa do COP até quando? Normalmente, começaria novo ciclo após os Jogos, em 2020, e já poderia candidatar-me. Assim, espera-se até 2021 ou não?", questiona.
Depois de muita pressão de várias federações nacionais e internacionais, o Comité Olímpico Internacional (COI) e o Comité Organizador dos Jogos anunciaram hoje o adiamento, ficando sem efeito o evento previsto entre 24 de julho e 09 de agosto deste ano.