Corre pela Mercedes e tem uma "aposta": "Ninguém vai lutar com a Red Bull este ano"
A previsão de George Russell, inédita ao ser de um piloto rival, aponta a algo nunca visto na F1. Senna e Prost ficaram a um triunfo em 1988, Hamilton e Rosberg a dois em 2016. Pleno será improvável em ano de 23 corridas.
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Não é normal ouvir-se um piloto de topo, e a correr por uma equipa (Mercedes) da linha da frente da Fórmula 1, dizer que o campeonato deste ano vai ser inteiramente dominado pela Red Bull.
A ideia transmitida por George Russell assenta apenas no desempenho da escuderia austríaca no GP do Barém, no qual Max Verstappen e Sergio Pérez não passaram cartão à concorrência. O bicampeão deixou o terceiro, Fernando Alonso, a 38,6 segundos.
Sétimo no circuito de Shakhir, a 55,9 segundos de Verstappen, o inglês da Mercedes considera que "ninguém vai lutar com a Red Bull este ano e são capazes de ganhar todas as corridas". "É a minha aposta", anotou, sabendo que faltam ainda 22 corridas e nenhuma equipa ganhou todas numa época. A melhor percentagem de sucesso é da McLaren, vencedora de 15 dos 16 GP de 1988, com Ayrton Senna (oito) e Alain Prost (sete). Em 2016, num calendário mais alargado, Lewis Hamiton (dez) e Rosberg (nove) só não levaram a Mercedes ao triunfo em duas corridas. Na época passada, a Red Bull somou 17 vitórias em 22 possíveis, sendo 15 de Verstappen e duas de Pérez. Evoluído em relação a esse domínio de 2022, o carro da RBR "pode fazer o que quiser para vencer", esclareceu Russell, que concluiu assim os elogios: "Pode não conquistar todas as poles, porque sabemos que a Ferrari é muito competitiva na qualificação, mas em ritmo de corrida está muito forte".
Iniciando pela primeira vez a temporada com uma dobradinha, Christian Horner, diretor da Red Bull, considera ser preciso "esperar mais algumas corridas, duas ou três, para confirmar se estamos tão à frente dos outros". Cauteloso, alertou que "tudo pode mudar rapidamente". A confirmá-lo, algo que passou discretamente pelo fim de semana: os Red Bull tiveram de mudar os tubos de transmissão do óleo para o ICE (motor de combustão interna) entre sábado e domingo. Um caso de... esperar para ver.