"Continuo sem saber o que é ganhar uma Volta a Portugal", afirma Jóni Brandão
A O JOGO, trepador, agora na W52-FC Porto, diz que passou um dia normal e que não festejou a conquista da Volta a Portugal de 2018 por suspensão por doping de Raul Alarcón
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Jóni Brandão sempre sonhou vencer a Volta a Portugal. E hoje soube que a suspensão de Raúl Alarcón por doping retira ao espanhol as duas Voltas conquistadas. Brandão, segundo em 2018, é então promovido a primeiro, mas realça que nada fez de diferente.
"Foi um dia igual aos outros. Não sabia de nada das notícias. Fui treinar e recebi muitos telefonemas. Foram três anos depois dessa Volta... Sinto que fui segundo. Vivo com esse pensamento agora. Não festejei e não me sinto vencedor", explica a O JOGO, passando a constatar a tristeza por vencer na secretaria: "Não houve a emoção, a adrenalina. Fico sem saber o que é isso, de fazer a festa com a amarela. Não consigo saber qual é o sabor de ganhar."
Reiterando que é uma "notícia triste para o ciclismo e para um colega de profissão", considera que está "mais triste" porque não tem um sentimento diferente quanto à corrida: "Para a equipa onde estou agora [a W52-FC Porto] também é mau porque podem ter problemas pelos casos de doping. Não quero analisar o caso, mas há pouco de positivo nisto para a modalidade."
Estava no Sporting-Tavira em 2018 e acabou por sair da estrutura para a Efapel. "Sim, talvez fosse diferente. O Sporting mudou de presidente na altura e, quem entrou [Frederico Varandas], poderia ter visto o ciclismo de outra forma."
A Alarcón não dirige críticas: "Compreendo que deva estar mal neste momento. Nunca suspeitei de doping na altura. Só estava preocupado comigo e ele na estrada foi mais forte do que eu. Dei-lhe os parabéns e voltava a fazê-lo."