Continuam as revelações sobre Jordan: humilhações, confrontos e um olho roxo
Antigo companheiro de Michael Jordan recorda o caráter do ex-basquetebolista.
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Michael Jordan tem dado muito que falar nos últimos tempos, devido à série documental "The Last Dance", e desta feita foi o antigo pivô Will Perdue, ex-jogador dos Chicago Bulls e dos San Antonio Spurs, a fazer algumas revelações sobre o que é considerado um dos melhores, senão mesmo o melhor desportista de sempre.
Em declarações à FanSided, o ex-basquetebolista, de 2,16 m, contou algumas histórias que partilhou com Michael Jordan, entre elas algumas humilhações.
"Fiquei envergonhado desde o início. O Michael [Jordan] só conhecia duas coisas: a ACC [Atlantic Coast Conference], porque jogou lá, e os Big Ten, porque nos anos 80 só se via o basquetebol local. Quando fui recrutado e viu o apelido Perdue, olhou-me como se não fosse suficientemente bom para jogar em Perdue, pelo que me começou a chamar Will Vanderbilt [por ser a sua universidade de origem]. Quase nunca me viu jogar, não sabia muito sobre mim e fez uma declaração às cegas. Não levei como algo pessoal, mas doeu-me um bocado", começou por contar Will Perdue que, no entanto, tinha o apoio da administração dos Bulls.
"Continuei a trabalhar. Acho que [Jordan] viu a minha ética de trabalho. Estava sempre no ginásio, na sala de musculação, e não recuava. Aceitei o desafio, continuei a trabalhar duro e, à medida que comecei lentamente a jogar, comecei a construir uma confiança", acrescentou o quatro vezes campeão da NBA [três pelos Bulls, uma pelos Spurs].
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Também Horace Grant [outro jogador da equipa] fez questão de recordar a competitividade de Jordan.
"Os nossos treinos eram fenomenais. Phil Jackson, para levar tudo ao limite, punha Jordan na equipa dos suplentes e ao Scottie Pippen e a mim nos titulares. Isso, para Jordan, com o seu caráter, era inimaginável. Havia lutas, murros, de tudo. Pelo menos os jornalistas não andavam sempre por lá, como agora acontece", explicou, em 2015.
"Uma vez Will Perdue fez um bloqueio ilegal ao Jordan e ele disse-lhe que não o voltasse a fazer. Mas Phil Jackson insistiu que repetíssemos os movimentos e Michael [Jordan] lançou-se para cima do Will e boom. Corremos todos para agarrar o Will, para que não magoasse o Jordan. No dia seguinte, no avião, tinha o olho todo roxo", disse ainda, antes de concluir:
"Apercebi-me logo. Refiro-me ao primeiro treino no campo, em outubro de 1988, que [Jordan] era de uma raça diferente. Uma coisa é ouvir as histórias, mas experienciá-las em primeira mão... Este tipo quer ganhar cada exercício, cada competição de lançamentos, cada duelo. Nunca tinha presenciado nada assim. Tornou-me mais competitivo, um trabalhador mais duro, fez-me compreender a definição de intensidade. Também me ajudou a respeita-lo muito mais, porque acho que as pessoas não se apercebem o quanto é difícil ser bom o tempo todo".