Jay Vine venceu sexta etapa, mas UAE Emirates esteve perto do pesadelo
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A UAE Emirates esteve perto de ter um dia para esquecer na Volta a Espanha em bicicleta, apesar da vitória de Jay Vine, com Juan Ayuso a ficar fora da luta pela vitória e João Almeida a quebrar momentaneamente.
Na primeira grande etapa de montanha da 80.ª edição da Vuelta, o espanhol Ayuso não aguentou o ritmo do grupo dos favoritos na subida final para Pal, em Andorra, e perdeu quase 12 minutos, com o português João Almeida, o outro líder da UAE Emirates, ficou cortado por instantes, mas acabou por recuperar e ainda atacar no final.
Indiferente ao que se passava com os seus dois líderes, Vine completava isolado os 170,3 quilómetros, entre Olot e Pal, e vencia pela segunda vez uma etapa na Vuelta, triunfando em 4:12.36 horas, menos 54 segundos do que o norueguês Torstein Traeen (Bahrain-Victorius) e 1.10 minutos do que o italiano Lorenzo Fortunato (XDS Astana).
“[O objetivo] era vencer a etapa, mas também havia a opção de, se a fuga não vingasse, ficar para trás e fazer algum trabalho”, referiu Vine, que deu a 75.ª vitória da temporada à UAE Emirates.
Depois de há dois dias, o dinamarquês Jonas Vingegaard ter dito que não se importava de perder, para já, a liderança, a Visma-Lease a bike deixou a fuga ganhar muito tempo – chegou a ter perto de sete segundos –, permitindo assim que o desconhecido Traeen vestisse de vermelho, com 31 segundos de avanço sobre o francês Bruno Almirail (Decathlon AG2R La Mondiale) e 1.01 sobre Lorenzo Fortunato
Com os atuais quatro primeiros classificados a não serem, em teoria, ameaças ao triunfo final, Vingegaard, duas vezes vencedor da Volta a França, continua a ser o primeiro dos favoritos, a 2.33 do líder, com oito segundos de avanço sobre Almeida e nove sobre o italiano Giulio Ciccone.
A primeira etapa de montanha contava com quatro contagens de montanha, com a meta a coincidir com uma primeira categoria, e, desde cedo, se formou uma fuga com 10 elementos: Jay Vine, Pablo Castrillo (Movistar), Louis Vervaeke e Giamnarco Garofoli (Soudal Quick-Step), Ramses Debruyne (Alpecin-Deceuninck), Archie Ryan e James Shaw (EF Education-EasYPost), Bruno Armirail, Torstein Traeen e Lorenzo Fortunato.
O grupo foi ficando reduzido e, já em Andorra, Vine fez o ataque decisivo na subida para La Comella, uma contagem de segunda categoria, numa altura em que a Israel Premier-Tech e a Visma Lease-a-bike tinha reduzido a vantagem para perto dos quatro minutos.
“Conheço bastante bem estas estradas. Moro perto e La Comella é a minha subida favorita em Andorra. Normalmente, teria tentado fazer a subida mais forte, mas com o vento pela frente foi difícil fazer com que todos puxassem e foi difícil”, assumiu Vine.
João Almeida teve um primeiro susto ainda nessa penúltima subida, quando uma avaria o obrigou a mudar de bicicleta, mas, com a ajuda de Domen Novak, reentrou com tranquilidade no grupo dos favoritos.
Já na subida final, sem Ayuso, que garantiu que vai ajudar a equipa até final, e sem qualquer outro colega no grupo dos favoritos, Almeida não conseguiu responder de imediato a um primeiro ataque de Ciccone, que só Vingegaard seguiu, mas acabaria por reentrar e ainda tentar dois ataques, que, contudo, não foram capazes de deixar nenhum dos rivais para trás.
Na sexta-feira, os ciclistas ultrapassam mais uma etapa de montanha, com 188 quilómetros a ligarem Andorra-a-Velha e Cerler, em Huesca, num percurso com duas contagens de montanha de segunda categoria e duas de primeira, a última a coincidir com a meta.