Clubes do segundo escalão respondem: "Cegueira atroz para defender a quintinha"
Não gostaram do comunicado emitido pelos emblemas da principal divisão do futsal português.
Corpo do artigo
Os 14 clubes da primeira divisão de futsal em Portugal reuniram no domingo para debater questões relacionadas com o término da temporada e as consequências de que daí advém. Num comunicado assinado por 12 dos emblemas - Belenenses e Candoso abstiveram-se -, reitera-se que há um "total desacordo com qualquer alargamento da liga" bem como "qualquer alteração do modelo competitivo".
Perante o comunicado, os clubes do segundo escalão reagiram, referindo que "o interesse individual continua a sobrepor-se, de forma evidente, ao interesse global e desejado pela FPF".
"Mais uma vez, os pseudo DDT (donos disto tudo) revelaram enormes lacunas de análise, uma incoerência brutal e uma falta de conhecimento, que é imperdoável em clubes que se dizem Amadores, mas pagam como profissionais! Em relação a isso, para já, ficaremos por aqui... A cegueira atroz, tentando defender, como é recorrente, a sua quintinha, mostra claramente que o interesse individual continua a sobrepor-se, de forma evidente, a um interesses global e desejado pela FPF", referem os clubes do segundo patamar do futsal português.
De seguida, esses mesmos clubes enumeram um conjunto de pontos que consideram "um chorrilho de incoerências e incongruências", finalizando assim um documento assinado por Academia de Futsal GD Mata/AAUBI (AF Castelo Branco); ADCR Caxinas (AF Porto); ADC S. Mateus (AF Braga); C.A. Sangemil (A.F. Porto); C. Benfica Golegã (AF Santarém); CSP Vila Flor (AF Bragança); FC "Os Piratas de Creixomil" (AF Braga); GDR Gondarém (AF Viana do Castelo); S.C. Ferreira do Zêzere (A.F. Vila Real); S.C.U. Torreense (AF Lisboa) e Valpaços Futsal (AF Vila Real).
12178069
"1. Os clubes da Liga Placard incitam e pressionam a FPF a ter dois pesos e duas medidas, não se preocupando com a igualdade e equidade que, obrigatoriamente, têm de existir num estado de direito, e numa Instituição de Referência como a Federação Portuguesa de Futebol:
2. Os clubes da Liga Placard incentivam um tratamento diferenciado, com prejuízos relevantes para os clubes de futsal, em relação aos clubes de futebol, mesmo estando debaixo da alçada da mesma entidade;
3. Os clubes da Liga Placard contradizem-se de forma primária, mostrando um enorme despreparo intelectual quando incentivam (ponto 2) a não subida e descida de clubes, visto que, adiante no seu comunicado (ponto 4) sugerem à FPF a alteração imediata dos quadros competitivos. Esta alteração imediata iria originar a descida de mais de 40 clubes, que atualmente competem na 2.ª Divisão Nacional, e a não subida dos 20 clubes do Distrital à 2.ª Divisão Nacional, prejudicando, por isso, mais de 60 clubes que, diariamente, promovem e defendem o futsal com unhas e dentes;
4. Os clubes da Liga Placard, mais uma vez, dão uma no cravo e outra na ferradura, quando se mostram contra as subidas por via administrativa, e apoiam, em uníssono, a subida das suas equipas B, para a 2.ª Divisão Nacional.
5. Os clubes da Liga Placard defendem, portanto, que este ano não teremos representantes portugueses nas competições europeias, visto que os campeonatos deveriam ser anulados e que não há classificações administrativas. Ou então o apuramento de mérito desportivo dos jogos realizados só tem efeito na sua competição?
6. Os clubes da Liga Placard mostram, através deste comunicado, querer imiscuir-se em matérias, que apenas competem à Entidade Promotora das Competições, tentando passar um atestado de incompetência à mesma.
7. Mediante o ponto anterior, e antes de se preocuparem com as tarefas e funções de entidades credíveis e Idóneas, como a FPF., aconselhamos os clubes da Liga Placard, a preocuparem-se com as habilitações legais dos seus recursos humanos, para estes poderem legalmente, exercerem as suas funções, e não terem de fazer de conta...;
8. Mais estranho é estarem preocupados com a competitividade da competição quando os clubes da Liga Placard vão recrutar jogadores às equipas que não pretendem que subam. Aparentemente os jogadores são bons, mas os clubes não são competitivos. (In)coerências...;
9. Se uma real preocupação houvesse para com a competitividade e sustentabilidade da competição, talvez tivéssemos mais clubes da Liga Placard como entidades formadoras de excelência e que contribuiriam para o enriquecimento global da nossa modalidade... Algo defendido e desejado pela Federação Portuguesa de Futebol;
10. Para finalizar, o comunicado dos clubes da Liga Placard faz parecer apenas, que tudo se resume a não quererem mais parceiros para dividir o "bolo"... Visto que, ainda não chegaram a um entendimento, de que forma irão partir o bolo da época que agora finda...".