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Câmara do Porto "está aberta" à realização do Circuito da Boavista, desde que sejam reunidas uma série de condições.
A Câmara do Porto revelou que "está aberta" à realização do Circuito da Boavista (CB), desde que sejam reunidas uma série de condições, nomeadamente as que tornem o evento economicamente "sustentável".
Nuno Santos, adjunto do presidente da Câmara, Rui Moreira, disse à Lusa que a autarquia "nunca fechou as portas ao Circuito da Boavista, desde que seja sustentável" e que a hipótese de realizar o evento em 2017 é algo que a Câmara "não pode afastar enquanto os calendários das provas não estiverem fechados".
A mesma fonte assegurou que "o Porto admite sempre estudar propostas que lhe sejam feitas, quer pelo Automóvel Clube de Portugal (ACP) quer pelo DTM (Campeonato Alemão de Turismos)", entidades com quem já houve articulação para reativar o CB.
"A Câmara nunca abandonou completamente a possibilidade de fazer o CB e tentou fazê-lo, pela via do DTM. Do ponto de vista financeiro nunca se chegou a uma fórmula que fosse sustentável", tanto para o município como para o campeonato, acrescentou Nuno Santos.
De acordo com o adjunto, a sustentabilidade de "um calendário internacional do DTM extra-Alemanha" seria uma das condições para garantir um "alinhamento dos astros" que viabilizasse o evento.
Com custos de "cerca de 3 milhões de euros", o evento precisaria, ainda, de novo apoio do Turismo de Portugal (TP) ou de um grande patrocinador, alertou.
"Chegámos a pensar que, com as marcas envolvidas no DTM, poderia haver uma receita alternativa à do TP, mas isso não se verificou", afirmou.
Para o adjunto, "neste momento não parece provável a realização do CB no próximo ano, a não ser que haja a conjugação de uma série de fatores".
A realização de uma nova classificativa do Rali de Portugal nos Aliados, como aconteceu em maio, parece "mais provável", apesar de "ainda não estar fechado", indicou o adjunto, assegurando que "para a Câmara é impensável realizar dois eventos internacionais de automobilismo em 2017".
Nuno Santos afastou ainda eventuais impactos do elétrico da Foz no CB, notando que "a solução preconizada" para aquele transporte "no Plano [de Estrutura para a Frente Marítima do Porto] não punha em causa o Circuito".
"Na rotunda [do Castelo do Queijo], [o elétrico] passava por baixo", assegurou.
Em dezembro de 2014, a Câmara revelou a intenção de levar o elétrico à Foz e o Movimento Salvar o Circuito da Boavista considerou que o percurso previsto para o equipamento demonstrava que "existiam outras razões para não realizar o circuito" em 2015, para além da falta de apoio do TP indicada pela autarquia.
A questão causou polémica na semana passada, com Nuno Santos a dizer que a Câmara não tem atualmente qualquer plano para colocar o elétrico a circular na marginal da Foz e o vereador do Urbanismo, Manuel Correia Fernandes (PS) a notar que a autarquia continua a ter planos para colocar o elétrico na Foz, contrariando o adjunto do presidente.
Em declarações ao Jornal de Notícias de sábado, o presidente da Câmara, Rui Moreira, assegurou que "não existe objetivamente nenhum projeto para o regresso do elétrico às avenidas atlânticas".
O autarca notou que o processo "está numa fase muito exploratória" e vincou: "Eu é que fui eleito e eu é que decido".
Hugo Reis, do Movimento Salvar o Circuito da Boavista, defendeu hoje, em declarações à Lusa, o regresso das corridas ao CB, mostrando-se disponível para ajudar a autarquia a encontrar formas de realizar o evento "com menos custos".
As corridas foram relançadas na cidade pelo anterior presidente da Câmara, o social-democrata Rui Rio, em 2005, inicialmente com carros históricos e depois com as provas WTCC (Campeonato Mundial de Carros de Turismo).
Em novembro de 2014 foi anunciado que Vila Real vai receber o WTCC em 2015 e dois anos seguintes.
Nuno Santos revelou à Lusa que a Câmara do Porto tem "colaborado com a Câmara de Vila Real" na realização daquele circuito, designadamente através do "empréstimo, sem qualquer custo" do material usado no Circuito da Boavista, por exemplo "betão e passagens aéreas".
