Ciclista Joaquim Silva e o efeito da covid-19: "A respiração não acompanhava as pernas"
Joaquim Silva relata a O JOGO a dificuldade que viveu com a covid-19 e como a vitória na Clássica de Viana importa para a Efapel
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Joaquim Silva venceu a Clássica de Viana no domingo, entregando a primeira vitória ao projeto da mais recente equipa do pelotão, a Efapel. Um triunfo importante, assegura a O JOGO, até pela dificuldade.
"Era muito importante para este projeto, que nasceu do zero e graças à vontade do José Azevedo. Queríamos dar esse triunfo o mais rápido possível. Tínhamos feito corridas exemplares, mas faltava a sorte. Fomos condicionados pela covid-19, chegámos a ter quatro infetados. Não senti grandes sintomas quando detetei o vírus, mas notei no rendimento. Demorei um mês a estabilizar, a voltar ao que sou. Quando recomecei na bicicleta o meu pulso estava 15 pulsações abaixo. A respiração não acompanhava as pernas, estava muito limitado", detalha a O JOGO.
Agora, em Viana, o ciclista natural de Penafiel, foi até capaz de superar a gravilha e os paralelos em Viana do Castelo: "Usámos pressão a menos nos pneus e tive atenção a alguns buracos na estrada pela chuva recente. Tive sorte em não furar na calçada portuguesa e jogou-se tudo na subida, onde sou forte: eram quase 20 minutos até lá acima".
José Azevedo não estava no carro da equipa, entregando a Hélder Miranda o comando desportivo. A ausência do líder não influenciou. "Foi ter connosco ao armazém e disse-nos: "pronto, já sei que para vocês ganharem não posso estar no carro" [risos]. Apostou em nós, acreditou. O maior trabalho é dele. Se há prova disso foi o que fizemos. A vitória foi de toda a equipa, do staff", diz.
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Vencedor do JN em 2021, Joaquim Silva fez top-10 em Torres Vedras, Abimota, Douro Internacional, Alentejo e Grande Prémio O JOGO. Um dos mais regulares do pelotão português já olha para a corrida que arranca a 23 de abril.
"Agora, vou sempre corrida a corrida, mas analisei algumas etapas. O primeiro dia é decisivo: há um crono de 8 quilómetros; depois na etapa da tarde há uma subida perto da meta [Trancoso]. No último dia [Celorico de Basto-Paredes] existem três montanhas. Vamos para lutar pelos lugares cimeiros", promete para o Grande Prémio O JOGO.
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