Casos de doping geraram o fim das duas equipas nacionais mais fortes do início do século.
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A operação de domingo foi a segunda em grande escala da Polícia Judiciária no ciclismo, depois de, a 19 de maio de 2008, ter revistado a sede e as casas dos elementos da LA-MSS-Póvoa, que ainda hoje possui os melhores resultados internacionais da história do ciclismo português.
As buscas levariam apenas ao afastamento do médico espanhol Marcos Maynar, mas entretanto os patrocinadores tinham encerrado a equipa.
Um ano depois, em setembro de 2009, a Liberty Seguros também deixou o ciclismo nacional, na sequência das análises antidoping positivas a Nuno Ribeiro - atual diretor-desportivo da W52-FC Porto, que nesse ano tinha ganho a Volta a Portugal -, e dos espanhóis Hector Guerra e Isidro Nozal.
Foram esses os maiores escândalos nacionais deste século - na história há Voltas a Portugal perdidas por Joaquim Agostinho e Marco Chagas devido a doping - e levaram a modalidade a uma crise profunda no pelotão profissional, com ordenados mensais inferiores a mil euros na maioria das equipas.
A recuperação iniciou-se em 2016, quando a W52 se aliou ao FC Porto e o Sporting se uniu ao Tavira. Os dois grandes clubes recuperaram o mediatismo da modalidade, criaram novos heróis e chamaram mais patrocinadores, existindo esta época um recorde de dez equipas profissionais no pelotão português.
Embora não estando para já em causa a continuidade da W52-FC Porto, o caso gerou ontem preocupação em todos os corredores do Grande Prémio O JOGO, pois a modalidade, que vive distante do panorama internacional - os casos Festina, Armstrong ou "Operación Puerto" nem se sentiram em Portugal -, continua dependente de uma boa imagem.