Campeão de Wimbledon fica dois meses sem competir, por não aceitar ser vacinado, faltando aos Masters de Toronto e Cincinnati e ao US Open.
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O conflito entre Novak Djokovic e as nações que fecham as portas a quem não é vacinado à covid-19 está de volta e traz consequências mais gravosas para o recente tetracampeão de Wimbledon. Tudo começou na Austrália, em janeiro, quando o então número um mundial foi barrado após aterrar em Melbourne e recambiado com o Grand Slam a decorrer. No início da primavera, foi a vez dos Estados Unidos seguir à risca a proibição de entrada a não vacinados, falhando o sérvio os Masters de Indian Wells e Miami.
A vinte dias do arranque da temporada norte-americana, o agora sétimo mundial vê-se impedido de disputar mais dois Masters - Montreal e Cincinnati, entre 7 e 21 de agosto - e o último Grand Slam do ano, o US Open, a partir de 29 de agosto.
Perante este cenário, as chamadas disfunções na política anti-covid de Joe Biden voltam à ordem do dia e o senador do Texas, Drew Springer, pede esclarecimentos ao presidente: "Biden proíbe Djokovic de jogar o US Open, mas permite que milhões de imigrantes ilegais não vacinados do México cruzem a fronteira. Eu faço a pergunta: que diferença faz mais um não vacinado?".
Por sua vez, Richard Grenell, diplomata americano e antigo diretor interino da CIA, pede uma isenção para a lenda balcânica. "Deixe Novak Djokovic jogar o US Open! O torneio desvaloriza quando expulsa um dos melhores jogadores do mundo".
Fora do âmbito político, Peter McCullough, cardiologista americano, considera que Djokovic tem o "direito de proteger-se", pelo facto de "um dano cardíaco poder levar à insuficiência cardíaca ou, tragicamente, à morte súbita". "Ele fez a escolha certa e os males causados pela vacina vão além do coração, podendo criar problemas nos músculos, nervos e cérebro", alertou um clínico que não mudou a conduta desde o início da pandemia, mas também nunca fornecendo provas formais relacionadas com o que defende. Quanto ao Masters de Toronto, o diretor Eugène Lapierre, ironiza: "Ou o Canadá muda as regras de vacinação ou Djokovic terá que arregaçar as mangas e vacinar-se".
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