Cabral e Borges, uma parceria singular: "É a pessoa com quem me sinto melhor em campo"
Francisco Cabral e Nuno Borges já sabem que terão de abdicar de algumas semanas juntos e nem o título no Estoril resolve o "problema". Ao contrário do que gostaria o Presidente da República, a dupla formada por portuense e maiato ainda tem muito tempo pela frente para chegar ao topo, dados os interesses individuais de Borges.
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Conquistar um título de pares no ATP Tour não significa subir de divisão e Francisco Cabral e Nuno Boges voltam esta terça-feira a disputar a Liga 2 do circuito ATP, no Challenger de Praga, recuperados do turbilhão de boas emoções vividas na final do Millennium Estoril Open.
Ambos figuram a partir de ontem no top-100 do ranking ATP da variante - Cabral é 80.º e Borges o 99.º -, mas o reflexo dessa entrada na elite só acontecerá daqui a poucas semanas, e com a excelente perspetiva de atuarem em Wimbledon.
Até lá continuam no Challenger Tour e, na capital checa, Borges joga hoje o respetivo singular, num quadro em que é o segundo cabeça de série; amanhã volta a atuar ao lado de Cabral, agora formando a dupla revelação desta fase da temporada.
Marcelo Rebelo de Sousa, na cavaqueira com os dois jogadores, lançou o desafio de imitarem uma lendária dupla australiana, mas no futuro será cada vez mais difícil o portuense e o maiato conciliarem tantas vezes os respetivos calendários.
"Mantenho as prioridades, mas sempre que jogo pares vou com tudo", deixou claro Nuno Borges a O JOGO, a propósito da aposta apontar para a entrada no top-100 de singulares, sem ser "perturbada" pelo desgaste dos pares.
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O parceiro, Cabral, sabe o que o espera: "Esta ascensão no ranking vai permitir jogar torneios de maior calibre do que os challengers que tenho disputado e não estou cem por cento dependente do Nuno. Mas, sem sombra de dúvida, é a pessoa com quem me sinto melhor em campo".
Cabral tem outras ambições nos pares e o acesso aos torneios do ATP traz não só maiores rendimentos financeiros, como oferece mordomias aos "duplistas", à semelhança das "estrelas" dos singulares. Daí considerar que "sempre que o Nuno não puder jogar comigo, vou arranjar outro parceiro.
"Um jogador de pares acaba por competir mais semanas do que um de singulares. E eu tenho de continuar à procura de parceiros que me levem também a aprender um bocadinho de cada um", explicou o novo 80.º do ranking, que superou logo de entrada as melhores marcas de carreira de Emanuel Couto e Leonardo Tavares (95.º) ou Bernardo Mota (96.º).