Brilhou em Portugal e agora vive drama: "Nem sei se os meus filhos estão vivos"
Pablo Martín Benavides, golfista espanhol, venceu o Open de Portugal em 2007. Agora atravessa um drama familiar.
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"Vivo uma tortura há dois anos e meio e nem sequer sei se os meus filhos estão vivos": assim começa a entrevista de Pablo Martín Benavides, golfista espanhol de 33 anos, ao jornal Marca.
O atleta do país vizinho viveu um dos pontos altos da carreira em solo português, quando, ainda bem jovem, conquistou o Open de Portugal em 2007. Agora, a modalidade passou para a cauda da lista de prioridades. "Não há direito. Obviamente que, neste momento, o golfe é a última das minhas prioridades. Não posso jogar sem saber onde estão os miúdos. Perdi a força e a esperança", assevera Benavides.
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A história de vida do golfista é complicada: "Num torneio na Suécia conheci uma rapariga [Josefine]. Começámos a sair, a relação foi-se consolidando e depois ela engravidou. Estive uns tempos afastado da competição porque não queria perder a hipótese de usufruir do meu filho. Queria dedicar-me à família. Em março de 2013 nasceu o Max e continuei sem jogar. No ano seguinte tentei voltar ao circuito. Era um processo lento, mas estava feliz", começa por relatar. Os problemas começariam depois:
"Josefine viu uma casa que adorou, eu disse-lhe que com 27 anos não podia comprá-la, que era muito cara. Fez uma cena, disse-me que ou eu comprava a casa ou deixava de ver o meu filho. Comprei-a. A minha mãe e a minha irmã queriam matar-me. Com o tempo percebi que foi uma grande borrada", conta Pablo Benavides, que viu Alba, a filha, nascer em 2017. "Gastávamos imenso dinheiro, pagava tudo e ainda não tinha conseguido regressar ao Tour", explica, passando ao momento em que se deu a rutura com Josefine.
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"Descobri através da Internet que ela andava a enganar-me e cometi o erro de a confrontar pelo Skype. Negou tudo e começou a acusar-me de os ter abandonado. Pedi-lhe que não colocasse as crianças no meio disto, mas usou-os como arma. Não me deixava falar com eles por telefone ou então desligava a chamada quando eu o fazia. Disse à minha família que eu queria suicidar-me, que era agressivo. Ao voltar à Suécia, descobri que tinha saído de casa, com os nossos filhos, e que tinha mudado o alarme. A polícia chegou e interrogou-me, acabei num hotel porque não podia estar no meu domicílio. Tinha denunciado que eu abusava dos miúdos. Foi como se tivessem aberto as portas do inferno", atira Pablo Benavides. "Em Espanha disseram-me que não podia ver mais os meus filhos. Estabelece-se um protocolo de chamadas e visitas e depois começou a manipulação", afirma o golfista antes de entrar em pormenores:
"Firam canceladas 32 dessas visitas, algumas quando estou em pleno voo. Queixo-me e ela também. Diz que sou agressivo para os miúdos. Acusa-me de, a 12 de outubro de 2018, ter entrado em casa dela e ameaçado de morte. (...) Sinto-me frustrado e ela dá essa frustração como exemplo de que não estou bem psicologicamente. A última vez que vi os meus filhos foi em maio", revela Pablo Benavides, que aponta uma solução: continuar a lutar.
"Continuo a lutar. A cada noite que passa, acordo e não acredito nisto, porque já são dois anos e meio perdidos. Os primeiros passos da miúda, os dentes que caem, os natais, a escola... Na Suécia todos pensam que sou um criminoso, mas não fiz nada. A única coisa que quero é estar com os meus filhos", remata o golfista de 33 anos.