Price, que venceu o Dakar em 2016 e 2019, aproveitou os bónus dados pelos regulamentos deste ano para ascender à liderança da competição das motas.
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O piloto australiano Toby Price (KTM) ascendeu esta sexta-feira ao comando das motas na 45.ª edição do Rali Dakar de todo-o-terreno graças ao terceiro lugar na 12.ª etapa, que ligou o acampamento no deserto Quarto Vazio e Shaybah, com 185 quilómetros cronometrados.
Price, que venceu o Dakar em 2016 e 2019, aproveitou os bónus dados pelos regulamentos deste ano para ascender à liderança da competição das motas, com 28 segundos de vantagem sobre o norte-americano Skyler Howes (Husqvarna), que esta sexta-feira ficou atascado numa duna.
Este ano, a Amaury Sports Organization (ASO), que também organiza a Volta a França, decidiu implementar um sistema de bonificações semelhantes às que existem no ciclismo, com os três primeiros concorrentes em pista (por norma, são as motas as primeiras a sair para a especial) a conquistarem 1,5 segundos, um segundo e 0,5 segundos, respetivamente, por quilómetro, à passagem de dois pontos de passagem obrigatória ("waypoints").
Desta forma, a ASO pretende equilibrar as contas, pois os primeiros pilotos em pista estão em desvantagem na navegação, pela falta de referências no terreno.
Mesmo assim, o argentino Kevin Benavides (KTM) abrandou o ritmo na parte final de forma a não ficar nos primeiros lugares da etapa e, assim, ter uma posição de saída mais favorável no sábado, última etapa a sério na edição deste ano.
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Benavides cedeu 2.22 minutos para o chileno José Ignacio Cornejo (Honda), que deu a vitória à Honda gerida pelo português Ruben Faria, fechando a jornada na quinta posição.
O australiano Daniel Sanders (GasGas) foi o segundo, a 49 segundos de Cornejo, e Toby Price fechou os lugares do pódio, a 1.58 minutos.
Price, que somou cerca de um minuto em bonificações, tem 28 segundos de vantagem sobre Skyler Howes na geral, com Benavides em terceiro, a 02.40 minutos, quando faltam os 154 quilómetros cronometrados da especial de sábado e os 136 da de domingo, último dia de prova e, por tradição, avesso a ataques.
"Está tudo em aberto. Vou atacar forte amanhã [sábado] até porque, no último dia, saímos pela ordem inversa da classificação. Vou tentar fazer um bom tempo, mas sem entrar em loucuras", prometeu Price, que em 2022 foi 10.º classificado.
O luso-germânico Sebastian Bühler (Hero) foi oitavo e Mário Patrão (KTM) 36.º.
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Na geral, Bühler é 25.º classificado, a 04:08.32 horas do comandante, enquanto Mário Patrão é 36.º, a 08:27.25 horas, terceiro entre os homens sem assistência.
"O cansaço faz-se sentir, porque para além das especiais, as ligações têm sido grandes, embora a de hoje não fosse das maiores, e depois ainda me espera toda a parte associada à manutenção da mota de modo a prepará-la para o dia seguinte. Esta logística obriga sempre a ter de se fazer boas opções e uma boa gestão entre todos os fatores para conseguirmos seguir firmes no nosso objetivo e não deitar tudo a perder. É isso que temos tentado fazer", explicou o piloto de Seia.
No sábado, disputa-se a 13.ª e penúltima etapa da prova, com 154 quilómetros cronometrados entre Shaybah e Al-Hofuf, na Arábia Saudita, que pelo quarto ano consecutivo acolhe a totalidade da prova.