Relatório externo sobre a anterior gestão da federação internacional fez revelações escandalosas. Presidente beneficiava de "viagens de caça gratuitas e serviços de prostitutas".
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A União Internacional de Biatlo (IBU) foi acusada de "corrupção sistemática e conduta inapropriada durante uma década" por um relatório externo que analisou a gestão do anterior presidente, Anders Besseberg, do qual se escreve que "não tinha quaisquer valores éticos nem interesse em proteger o desporto dos batoteiros".
O relatório foi publicado após uma investigação de dois anos liderada por Jonathan Taylor e solicitada pelo atual presidente da IBU, Olle Dahlin.
A comissão analisou os resultados de investigações criminais sobre doping, fraude e corrupção de Besseberg e do secretário-geral, Nicole Resch, entre 2008 e 2018. Ambos sempre negaram os casos e nunca chegaram a ser acusados criminalmente.
Besseberg, que liderou a IBU durante 25 anos, até 2018, é acusado de ter transformado a federação numa "charada", sem qualquer "tipo de governação ou integridade, deixando todas as decisões nas mãos do presidente e dos seus aliados, não existindo transparência nem contabilidade".
Ao norueguês é ainda apontado o facto de "ter consistentemente protegido os interesses dos russos". Um exemplo terá sido a proteção a Alexander Tikhonov, presidente da federação russa, mesmo depois de este ter sido condenado a três anos de prisão, por conspiração para assassínio. Uma amnistia permitiu-lhe nunca cumprir essa pena.
O ex-presidente da IBU foi ainda acusado de nada fazer contra o doping dos russos, apesar de se ter chegado a encontrar uma seringa com EPO na pista de uma taça do mundo. "Em troca, os russos têm uma extensa lista de favores a Mr. Besseberg, particularmente na forma de viagens de caça gratuitas e serviços de prostitutas".