Australiano só queria fazer a trilogia de vitórias de Giro-Tour-Vuelta e passou a ser favorito à geral
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Ben O'Connor, australiano da Decathlon AG2R La Mondiale que já possui quartos lugares no Tour e no Giro, passou a liderar a Volta a Espanha com 4m51s de vantagem sobre Primoz Rogliz e 4m59s sobre João Almeida, diferença que o coloca como principal favorito a conquistar a corrida, uma situação inesperada até para o próprio.
“Hoje sentia-me no meu mundo, que estava capaz de ganhar a etapa. Quando fugiu um grupo de 30 fiquei desapontado, porque pensei que esta etapa era uma boa oportunidade. Depois houve nova fuga e arranquei”, contou o corredor de 28 anos, que ultrapassou todos os grupos de fugitivos, para a 27 km de Yunquera seguir sozinho, sempre a ganhar tempo ao pelotão, que deixou a 6m31s. “Adorei todos os momentos”, atirou.
"Hoje estava menos quente. Ainda quente, mas não 42 graus. Gostei muito, foi uma corrida bonita em todos os aspetos. Estava a olhar para os triplos vencedores de Grandes Voltas antes do início e fiquei orgulhoso por colocar o meu nome nessa lista. Ter também a camisola vermelha é algo único na vida”, contou O'Connor, que já vencera etapas no Giro em 2020 e no Tour em 2021.
Tendo uma vantagem confortável e colegas de gabarito, como Felix Gall e Valentin Paret-Peintre, o australiano não nega ser forte candidato a conquistar a Vuelta. “Talvez sim, talvez não, depende agora de como estiver em Cazorla ou Granada”, diz, apontando aos próximos finais em montanha. “É uma excelente oportunidade e vou aproveitá-la o máximo que puder. Talvez seja um déjà vu do Tour, mas sem uma queda de início. Assim é mais fixe”, completou, lembrando que em 2021, após um triunfo semelhante em fuga, subiu a segundo da geral, a dois minutos de Pogacar. Nesse ano, só Vingegaard e Carapaz o superaram depois.