Participação dos dois jogadores portugueses no Tóquio'2020 está dependente dos resultados obtidos, na próxima semana, nos Europeus e Internacionais de Portugal da modalidade
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Bernardo Atilano e Sónia Gonçalves ainda lutam pela presença nas competições de badmínton dos Jogos Olímpicos Tóquio2020, necessitando de bons resultados nos Europeus, em Kiev, entre terça-feira e domingo, e nos Internacionais de Portugal, nas Caldas da Rainha.
"É torneio a torneio, objetivo a objetivo. Sempre com foco nos Jogos Olímpicos. Sendo realista, mas sem nunca desistir, obviamente", assumiu Bernardo Atilano, em declarações à agência Lusa.
Atual 130.º do ranking mundial, Atilano vai defrontar na terça-feira no quadro de 64 o sérvio Luka Milic, 182.º da hierarquia, sendo que, se passar o primeiro desafio dos Europeus, terá um adversário mais complicado, o islandês Kalle Koljonen, 80.º do mundo.
"A primeira ronda está dentro das minhas possibilidades de ganhar, é o meu grande objetivo. Fazer tudo para ganhar e, na segunda, logo se vê", completou o tetracampeão nacional.
Em janeiro, o português foi forçado a parar dois meses e as provas, enquanto as sete a oito provas internacionais previstas foram reduzidas para três, uma das quais na Polónia, "que não correu como queria".
Não bastando a redução do número de eventos nos quais poderia tentar amealhar pontos, no regresso da Polónia, em março, contraiu covid-19.
Agora, vai enfrentar os Europeus e, depois, os Internacionais, entre 06 e 09 de maio, na derradeira prova de qualificação europeia, que, por isso, registou um recorde de participantes, relegando o português as qualificações, como terceiro cabeça-de-série, tendo de enfrentar três adversários para poder ingressar no quadro principal de 64.
O lisboeta disse esperar um "bom resultado" na mais importante prova nacional, identificando como um dos maiores obstáculos para o sucesso luso o facto dos melhores não treinarem regularmente juntos, impedindo a evolução mais consistente.
Já Sónia Gonçalves, 140.ª do ranking mundial, vai começar a sua prova em Kiev somente na quarta-feira, ao avançar diretamente na segunda ronda, na qual vai defrontar a vencedora do jogo entre a suíça Jenjira Stadelmann, 143.ª, e a ucraniana Natalya Voytsekh, 125.ª.
"A ambição é sempre muito maior do que apenas um jogo, mas tendo consciência da realidade da pandemia, com muito pouca competição. Caso passe o primeiro jogo, irei defrontar muito provavelmente a dinamarquesa, com muito mais competição e ritmo...", disse.
Para Sónia Gonçalves, será "exatamente o mesmo" no embate de pares em equipa com Adriana Gonçalves, com quem constitui o 100.º do mundo, ao encontrar, na mesma quarta-feira, as checas Alzbeta Basova e Michaela Fuchsova, 97.ªs.
"Tivemos sorte no calendário", reconheceu, apesar de a aventura dificilmente passar do segundo embate, no qual as espera as poderosas britânicas Chloe Birch e Lauren Smith, 14.ªs do ranking mundial e já qualificadas para Tóquio2020.
Em declarações à Lusa, a atleta famalicense prometeu "lutar até ao último momento" por um lugar nos Jogos, assumindo que o objetivo é "difícil" de atingir e que, atualmente, as contas estão "muito confusas", face à alteração sistemática de provas.
"É sofrer até ao fim... e que este seja sorridente. Conseguindo ou não, é dar o melhor e ter a consciência tranquila de que demos tudo para que fosse possível", concluiu a campeã nacional, que foi mãe há oito meses.